Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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Super-Homem comunista na minissérie Superman: Red Son

8 fevereiro 2003

Superman: Red Son #1Depois
de muitos atrasos, finalmente em abril será lançada a primeira edição
da minissérie, em três partes, Superman: Red Son, com argumentos
de Mark Millar e arte de Dave Johnson. A premissa é simples. O que aconteceria
se o foguete de Kal-El tivesse caído na Ucrânia, em 1950, e não no Kansas?

Millar falou um pouco mais sobre este seu mais recente projeto, que vem
sendo desenvolvido há alguns anos, antes de o autor ganhar fama com The
Authority
, Ultimate X-Men e The Ultimates (Os Supremos,
no Brasil).

"Cresci lendo revistas da DC
Comics
", revela. "Na verdade, aprendi a ler com elas. Então, se
sou aficionado por algo, é provavelmente o Super-Homem. É o personagem
que me levou aos quadrinhos, e aquele que me fez querer ser escritor".

Imagem de Superman: Red SonMillar
já foi o argumentista de Superman Animated (série baseada no desenho
animado), e chegou a ser indicado ao Eisner Award por esse trabalho.

"Algumas das histórias mais interessantes do Super-Homem foram as imaginárias,
e, quando se vê essa coleção, sempre se encontra variações da fórmula
clássica como predominância", analisou. "Foi assim em Superman Vermelho/Superman
Azul e a morte original do Super-Homem feitas por Jerry Siegel; ou O
Que aconteceu com o Homem de Aço?
, de Alan Moore (Nota do UHQ:
que está sendo republicado no Brasil pela Opera Graphica no especial
O Adeus)".

Imagem de Superman: Red Son"Só
quis escrever uma fábula atemporal do Super-Homem", prossegue Mark Millar.
"A idéia veio de Superman #300, outra história imaginária, que
mostra o foguete de Kal caindo em um mar neutro entre os Estados Unidos
e a União Soviética, e os dois lados partem em busca dele. Isso me pareceu
uma ótima idéia, escrever uma trama baseada no conceito de que o Super-Homem
cresceu acreditando nos ideais contrários àqueles que seus pais lhe ensinaram.
Isso não quer dizer que ele é perverso ou algo assim, apenas que foi criado
com as idéias de Stalin, socialismo e os direitos internacionais do trabalhador
comum são mais fortes que a verdade, justiça e modo de vida americano.
Esse é o meu ponto de partida. A partir daí, a história praticamente se
escreveu sozinha".

Imagem de Superman: Red SonDe
acordo com o escritor, ele tinha 18 anos quando fez a proposta dessa história
pela primeira vez, mas nunca obteve resposta. Daí, partiu para os quadrinhos
independentes e para a editora inglesa 2000 AD. Alguns anos depois,
Millar estreou na linha Vertigo. "Durante todo o tempo que trabalhei
na Vertigo, insisti nesse projeto para a DC. Dave Gibbons
- Deus o abençoe - encaminhou a idéia ao editor Mike Carlin, e ele gostou.
Depois, o editor Mike McAvennie ouviu falar do projeto, e discutimos sobre
ele. Comecei a trabalhar na história em 1996, e o brilhante Dave Johnson
assinou contrato para ilustrar. Acabou sendo um final muito feliz", esclareceu.

Mas Johnson acabou atrasando nos desenhos, prejudicando o cronograma do
lançamento da minissérie, até que houve uma parada na produção. O artista
Kilian Plunket teve que assumir em determinado momento, até finalmente
ficar pronto. "Este projeto ficou lindo, talvez o melhor do Super-Homem
no aspecto visual. Levou seis anos para terminar, mas está um show. É
uma obra de arte", comemora.

Imagem de Superman: Red SonO
atraso fez com que Mark Millar precisasse reescrever alguns diálogos para
a história ficar atual. Suas influências também são óbvias. "O Alan Moore,
mostrando super-heróis no mundo real e as ramificações disto no aspecto
político, voltou à moda com revistas como The Authority e Supremos.
De muitas maneiras, não poderia ter uma época melhor para Red Son
ser lançado", assegura.

O vilão não poderia ser outro: Lex Luthor. "Gostaria de dizer que estou
fazendo um Luthor de uma maneira bem diferente. Mas, na verdade, é uma
reinterpretação do personagem que pessoas como Cary Bates e Elliot Maggin
escreveram. Um Lex que possui a estátua de Einstein no seu laboratório.
Escrever alguém tão inteligente quanto Luthor foi, provavelmente, o mais
emocionante desta história. Acho que, assim como descobrimos o quanto
o Coringa é interessante após ler O Cavaleiro das Trevas, haverá
um ressurgimento no interesse pelo Luthor após Red Son", aposta
Millar.

Imagem de Superman: Red Son


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