Super-Homem ganha graphic novel para linha Vertigo
A DC Comics está preparando vários projetos com o Super-Homem para os próximos meses, inclusive mudanças nas suas séries regulares do. A principal delas é Steve Seagle como escritor de Superman a partir de janeiro de 2002. Com ele, Scott McDaniel assume os desenhos da revista.
E o escritor anda bastante envolvido com o Homem de Aço. Terminou de escrever uma graphic novel de 124 páginas para a linha Vertigo, chamada Superman: It's a Bird. Mas, ao contrário do que se poderia pensar, Seagle não era um grande fã do herói. "Gosto dos filmes, mas não ligava para os quadrinhos, nunca li muito as revistas. Mas foi com o meu projeto It's a Bird que me tornei admirador dele", admitiu.
E ele parece empolgado com a graphic novel, que terá arte pintada de Teddy Christiansen, e será editado por Karen Berger. "Teddy já fez umas 90 ou 95 páginas, então deve ser lançada em breve", especula o autor. "Deveria ter saído algum tempo atrás, mas acabou demorando mais que o previsto. Esse é certamente o mais estranho projeto com o Super-Homem que você já viu. Só o fato de a DC ter aprovado já é estranho. É uma história adulta do personagem. Estou muito feliz por me deixarem escrever esse álbum, e acho que é a melhor coisa que já fiz. Não vou dizer nada sobre a trama".
"Estava dizendo ao Teddy, com quem adoro trabalhar, que tive uma idéia que me parece com Asilo Arkham. Ela era tão diferente do que costumávamos ver na época com o Batman, que me lembro quando ouvi falar no projeto pela primeira vez e comecei a ver as imagens. Achava esquisito, tinha medo daquilo, mas queria ler. Tenho a esperança que o mesmo aconteça agora com o Super-Homem. Não é o mesmo que Grant Morrison e Dave McKean fizeram em Asilo Arkham, mas espero que tenho o mesmo efeito no Homem de Aço do que eles tiveram sobre o Homem Morcego", declarou.
Para este projeto, Seagle teve que repensar sua visão do herói. "Achava que sabia tudo sobre o Super-Homem, mas desmontei todos os aspetos dele, e me concentrei no que gostava e não gostava sobre ele. Acho que é uma boa coisa as revistas focarem o lado 'homem' do personagem. Clark Kent foi bem explorado, vimos sua vida pessoal, se casou e tudo mais. Eu farei o oposto, pois estarei abordando o lado 'super'. Estou explorando a idéia de como ele é comparado com outros personagens, e o que significa ser o último de sua espécie, especialmente quando você é o ser definitivo de um planeta. Creio que é realmente interessante", analisou.
Essa também deve ser a direção a ser tomada pelo escritor na revista mensal Superman. "Ele é o maior de todos. A minha primeira história mostrará porque é chamado de Super-Homem. Quero dizer, há coisas que aconteceram com ele que, se tivessem ocorrido com qualquer outra pessoa, esta desejaria morrer. Esse é o ponto que quero trazer às histórias", disse.
Outro objetivo de Steve Seagle é mudar a opinião de outras pessoas que, como ele, até pouco tempo, não eram fãs do Homem de Aço. Para isso, não quer marcar seu trabalho no título fazendo grandes mudanças.
"Super-Homem é um ícone, e precisa permanecer como Super-Homem. O problema é que, algumas vezes, as pessoas acham que o personagem é chato, e só pode ser contada a mesma velha história. Não acho que isso seja verdade. Há muitas coisas que não vimos dele, e aquela sensação de espanto e maravilha precisa voltar", explicou.
"O fato de ele poder voar se tornou normal, e não poderia. Ele voa, e as pessoas deveriam gritar 'Aquele cara está voando!'. Ele precisa ser aquele personagem que faz coisas milagrosas, e os outros heróis saberem que ele é o maior de todos. Não gosto de ver que são todos amigos, e dão graças a Deus quando o Super chega para salvar o dia. Ele precisa deixar os outros espantados, assustados, admirados. Quero que os leitores vejam isso", finalizou.