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Matérias

Velta, uma heroína bem brasileira

2 julho 2002

Fonte: Press Release

VeltaVelta, apesar de filiação paraibana, teria nascido em Belo Horizonte/MG. Ela tem mais de dois metros de altura, cabelos loiros que ultrapassam os joelhos, e dispara raios pelo corpo todo. Como toda mulher, é vaidosa e tem dezenas de roupas e uniformes diferentes. Até agora, viveu dinâmicas aventuras nos mais importantes fanzines nacionais.

Ela começou como uma super-heroína, bem no estilo das concepções da Marvel Comics, cuja linha de roteiros novelísticos mistura realidade corriqueira e fantasias. Mereceu dezenas de edições independentes, todas em catálogo, inclusive uma totalmente colorida e três álbuns em formato gigante, um luxo que poucos artistas profissionais brasileiros conseguiram.

O criador de Velta é Emir Ribeiro, um nome mais do que conhecido entre os aficionados por histórias em quadrinhos. Muitos ouviram falar dele pelas suas participações nos comics dos Estados Unidos, onde, ao lado do paraibano Mike Deodato Jr, seu conterrâneo, esteve em títulos com personagens consagrados como Mulher-Maravilha, Hulk, Vingadores, Thor, Hércules, Avengelyne e Prophet, Glory, Turok entre outros.

VeltaFoi desenhada por Emir uma enorme e completa coleção com cerca de quatro mil cartões originais mostrando vários personagens da Era de Prata da Marvel, atualmente disputados à tapa pelos colecionadores dos Estados Unidos, e com preços que alcançam até 150 dólares, a unidade. Também são dele cards das mulheres de Star Trek Voyager, outra premiada versão da série Jornada nas Estrelas.

No entanto, a história do quadrinhista Emir Ribeiro começou bem antes de seu ingresso no fechado grupo de artistas que trabalham para o mercado americano. Há quase 30 anos criou sua loiríssima Velta, em janeiro de 1973. A partir de um simples jornal de colégio, suas histórias ganharam o País, em fanzines, revistas alternativas, e sempre arrebanhando fãs onde quer que passasse.

As aventuras de Velta tendem para a crítica social - à la Spirit -, mas mantendo a narrativa típica da Marvel, sem esquecer a fantasia e a ficção. Tudo isso se passando no Brasil. Por isso, a conduta da heroína não é a mesma das HQs que costumamos ler. É diferente e, por vezes, inusitada. Sua sensualidade latina é patente.

A edição em formatinho dá uma pequena amostra, lançando ao público narrativas polêmicas que deram e ainda darão o que falar, como a primeira história intitulada Fome, onde um favelado rouba uma rica mulher e leva sua bolsa. Se fosse uma HQ comum de super-heróis, Velta perseguiria o bandido, lhe daria uma surra, o entregaria à lei e devolveria a bolsa à sua dona... Entretanto, não é isso que a loira gigante faz. Sem dúvida, há "Brasil" nos textos e no conteúdo social/humano, diferenciando bastante dos tradicionais clichês do gênero.

VeltaOutra edição especial com Velta, em formato álbum, está no forno, para ser lançada pela editora Opera Graphica, com uma história de duas partes O Devorador, onde impera o lado fantástico e sombrio, atenuado por exuberantes paisagens típicas das chapadas mineiras, e embelezada pelas generosas e sensuais formas da personagem.

O Devorador foi originalmente produzida em 1974, e publicada num jornal de colégio. Inclusive, Emir desenha algumas tomadas nas mesmas poses usadas na época, para homenagear e fazer menção ao passado e à origem de Velta.

Para quem quiser saber mais sobre a personagem e outros trabalhos de Emir Ribeiro, existem alguns endereços na internet, que seguem abaixo, inclusive um blog e um grupo de discussões que está se formando:

www.geocities.com/Area51/Vault/6961
www.ccqhumor.com.br
http://borderline.mediahall.co.uk

Blog: http://velta.blig.ig.com.br

LI

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