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Museu dos Quadrinhos

Grandes personagens das HQs marcaram presença no suplemento Super PLÁ

15 julho 2015

Museu dos Quadrinhos, por Marcelo Naranjo

Super Plá # 1Na década de 1970, as editoras Super Plá, Interpolar e Paladino, todas elas ramificações da Editora Saber, publicaram vários títulos no formato conhecido como “tijolinho” – formatinho com bom número de páginas e papel jornal, na maioria das vezes com HQs de humor e faroeste, além dos clássicos dos quadrinhos.

Super PLÁ também foi o nome de batismo de um suplemento em quadrinhos da editora homônima, publicado em 1971, que trouxe diversos personagens famosos – dentre eles, por exemplo, Fantasma, Tio Patinhas, Príncipe Valente, Popeye, Pinduca, Brick Bradford, Pafúncio, Pato Donald, Príncipe Valente e Flash Gordon.

Os suplementos, aliás, fizeram sucesso no Brasil por várias décadas e devem ser considerados parte fundamental da história dos quadrinhos publicados em nosso país.

Como conta o professor Roberto Elísio dos Santos, “os suplementos de quadrinhos brasileiros foram tão bem aceitos pelo público que deixaram de ser encartados em jornais e passaram a ser publicados periódica e continuamente, sendo vendidos como publicações independentes de diários impressos” (Gibi – A revistas sinônimo de Quadrinhos, Via Lettera, 2010).

Publicado na década de 1970, Super PLÁ não teve tanta repercussão quanto o Gibi Semanal, da RGE, que durou 40 números. Com duração menor, foram somente sete edições lançadas em bancas, porém com material diferenciado e uma seleção de títulos das mais interessantes.

No primeiro número, que tinha o Tio Patinhas em destaque na capa, estava a sessão Cantinho do Leitor, cujo primeiro parágrafo está reproduzido a seguir.

Pronto. Você está lendo um jornal que é todinho seu, pode crer. Ele foi estudado e feito pensando no bando de gente que gosta de estória em quadrinhos. E este bando está ficando cada vez manior. Quadrinho é bacana, não? Ensina muito e de maneira fácil. Você é bem esperto em ter comprado a Super PLÁ”.

Nessa edição, começava uma aventura do Fantasma com roteiro de Lee Falk e arte de Si Barry, na qual o velho Moz, um sábio ancião das selvas, narra a suposta história na qual o Espírito-que-Anda enfrentou uma feiticeira. O Príncipe Valente teve direito a uma página, com arte do inigualável Hal Foster. Brick Bradford enfrenta ameaças no planeta Xeno, com arte e roteiro de Paul Norris. Zorro e Tonto tentam ajudar um mensageiro do exército, com texto de Paul S. Newman e arte de Charles Flanders. Tim Tyler trazia as aventuras de Tim e Tom, em busca de uma árvore rara, com roteiro de Lyman Young e arte de Tom Massey.

Super Plá # 2Super Plá # 3

Todas elas aventuras incompletas e com o famoso “continua...”, pois a publicação de HQs seriadas é inerente à maioria dos suplementos infantis e juvenis, desde suas origens.

A primeira edição desse título trazia também várias HQs curtas e completas, todas cômicas, de épocas diversas, de séries como Pinduca (Carl Anderson), Pafúncio (Bill Kanavagh e Frank Fletcher), Blondie (Chic Young), Pena Verde (Gordon Bess), Tijolada (Bob Weber), O Reizinho (Otto Soglow), Mickey Mouse, o Coelho Quincas, O Capitão e os Garotos (Joe Musial), Zé o Soldado Raso (Mort Walker), O Sabichão (de Bob Montana, o criador de Archie), Doce Lar (Mort Walker e Dik Browne), Popeye (Bud Sagendorf), Banzé, A Nossa Turma (Bud Blake), A Vovozinha (Frank Roberge), Espoleta (Ted Shearer), Pato Donald e Tio Patinhas.

Uma curiosidade é que algumas das séries tinham nomes diferentes dos já conhecidos no Brasil, à época. Assim, Mancada virou Tijolada; Zezé e Cia. passou a se chamar Doce Lar; Touro-Sentado (que também teve o título de Pé-frio) estava como Pena Verde; A Garota Pra Frente também foi conhecida como Pingafogo e Filomena.

Até mesmo duas HQs cômicas produzidas no Brasil estavam presentes: O Praça Atrapalhado e Dr. Estripa, ambas criações de Eduardo Carlos Pereira, que assinava como Edú. O Praça era uma variação do Recruta Zero, com um soldado que sempre deixava o Sargento maluco. Já o Dr. Estripa era um médico nada recomendável.

Super Plá # 4Super Plá # 5

O terceiro número trouxe a estreia do Tarzan enfrentando os Homens-Fera, no traço de Russ Manning, além do Brucutu de V.T.Hamlin, com o famoso Homem das Cavernas metido em encrencas com o Rei Guz, mandatário da cidade de Moo.

Mais estreias no quarto número do título – Terry e os Piratas por George Wunder, A Família Buscapé por Al Capp, Os Náufragos de Howard Post e Snuffy Smith (que também foi conhecido como Zé Fumaça e Capim Gordura) de Fred Lasswell.

Na capa da quinta edição, notícias passam a dividir o espaço com as chamadas dos quadrinhos, um possível sinal de que as vendas não deviam ser o esperado.

No sexto número os destaques foram a chegada do Flash Gordon de Dan Barry e do Mandrake de Lee Falk e Fred Fredericks e, na sétima e derradeira edição, estrearia o Capitão Cesar de Leslie Turner.

O suplemento Super PLÁ foi um título pouco conhecido, mas que trouxe uma gama rica e variada de clássicos personagens da nona arte. E hoje, como tantas outras revistas em quadrinhos, virou relíquia de colecionador.

Marcelo Naranjo é do tempo em que era possível comprar gibis com o troco da padaria. Hoje até em dólar está difícil. Socorro!

Super Plá # 6Super Plá # 7

Dr. Estripa no Super Plá

Dr. Estripa no Super Plá

O Praça Atrapalhado no Super Plá

O Praça Atrapalhado no Super Plá

Tio Patinhas no Super Plá

Tio Patinhas no Super Plá

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