O jornal Jyllands-Posten pode ser alvo da mira de fundamentalistas
islâmicos na Dinamarca. Tudo porque o periódico propôs um desafio a alguns
artistas do traço: retratar Maomé em desenhos. Proposta aceita, doze caricaturas
foram publicadas no dia 30 de setembro.

Acontece que o Islã (doutrina maometana que considera
Alá o único Deus verdadeiro) proíbe qualquer tipo de descrição de seu
profeta. Dessa forma, a brincadeira foi recebida pelos muçulmanos como
uma afronta e falta de respeito, o que provocou a formação de um grupo
de 16 organizações islâmicas, no dia 12 de outubro, para exigir desculpas
públicas do jornal.

"Com sua ação, o jornal pisou deliberadamente nos valores éticos e morais
do Islã, com o propósito de desprezo e ridicularizando os sentimentos
de muçulmanos, seus símbolos e locais santos", divulgou a nota oficial
do grupo.

Apesar das diversas ameaças recebidas, o editor Flemming Rose afirmou
que não vai se desculpar, lembrando que lhe cabe o direito de expressão.

"Os muçulmanos nunca aceitarão esse tipo de humilhação", rebateu a coalizão
islâmica. Por via das dúvidas, um dos cartunistas, Lars Refn, que de bobo
parece não ter nada, já se manifestou a favor dos religiosos e contra
o jornal.