Confins do Universo 203 - Literatura e(m) Quadrinhos
OUÇA
Notícias

Festival com 50 quadrinhistas no fechamento do Museu Jijé

21 fevereiro 2005

Festival JijéO
Musée Jijé,
dedicado à obra do Jijé (1914/1980), em Bruxelas, vai encerrar suas atividades
definitivamente.
Para agradecer o carinho dos autores e do público, que apoiaram as iniciativas do museu nestes menos de dois anos de existência, a direção do Museu está realiza um festival entre os dias 19 e 27 deste mês, com ingressos ao preço simbólico de um euro.

Os visitantes vão encontrar pranchas originais de Jijé, Franquin, Will, Victor Hubinon, MiTacq e Sirius. Em paralelo, acontece uma grande mostra, de 200 peças, dedicada ao polonês radicado na Bélgica, Grzegorz Rosinski, que os leitores de língua portuguesa conhecem melhor por Thorgal, e que também se encerrará no dia 27.

A direção espera que pelo menos 50 criadores da Banda Desenhada se façam presentes. Entre os artistas na lista do festival de despedida, os nomes de maior visibilidade para o público são os de Hermann (Comanche e Bernard Prince), Gos (Le Scrameustache), Edouard Aidans (Tounga) e Walthéry (Natacha), que participarão de sessões de debates e autógrafos.

O estoque da gibiteria do museu terá seus produtos (álbuns, gibis, serigrafias e outros objetos) com 25% de desconto. A direção informa que vai transferir o acervo para outro local, ainda não definido.

Jijé, pseudônimo de Joseph Gillain, começou sua carreira criando Jojo para Le Croisé em 1936. A série foi seguida por Blondin et Cirage, no Petits Belges.
Spirou, a grande oportunidade de sua carreira, surgiu logo depois. Durante a II Guerra Mundial, Jijé manteve ativas séries americanas (cuja distribuição era dificultada pela situação do conflito) publicadas pela revista Spirou - na qual entrou logo na fundação, em 1939.

Ele foi o desenhista que sucedeu a Rob-Vel na manutenção de Spirou, quando o criador da genial série faleceu, tendo introduzido a figura impagável e cômica do grande parceiro de Spirou, desde então: Fantasio. Outra criação, integralmente sua, desta época, é Jean Valhardi.

Em 1945, funda um estúdio de produção de quadrinhos, junto com Franquin, Peyo e Morris. Em 1946, Jijé consegue que André Franquin, um dos nomes mais apreciados do público e da crítica, entre no Journal Spirou. Aliás, esta também é uma de suas marcas pessoais mais importantes: ele abriu as portas para vários realizadores da Nona Arte, em especial, Peyo, Giraud e o próprio Morris.

Nos anos 50, aparece a série que pode ser considerada mais identificada diretamente com Jijé: Jerry Spring, que teve uma carreira de 40 álbuns, e era ambientada no faroeste, com componentes humanizantes que a diferenciavam das séries americanas.

Nos últimos anos de sua vida, Jijé era o responsável pelos desenhos de boa parte dos álbuns de Tanguy e Laverdure e Barbe-Rouge (de Hubinon, que estará no festival).

Com Vicq (de Taka Takata), ainda produziu a série de humor leve Sophie. Uma extensa biografia do criador está na página do museu, em francês.

Endereço do Musée Jijé:
Rue du Houblon 43, 1000 Bruxelles.

Já são mais de 570 leitores e ouvintes que apoiam o Universo HQ! Entre neste time!
APOIAR AGORA