Morreu o cartunista Lars Vilks
Lars Vilks, famoso pelas caricaturas de Maomé que ofenderam os muçulmanos, faleceu no dia 3 de outubro num acidente de carro em Markaryd, na Suécia. Vilks tinha 75 anos.
Ele estava num carro policial sem a pintura que indicasse isso, com dois policiais do grupo de segurança. O veículo evitou um caminhão que estava na contramão, bateu numa árvore e pegou fogo. Vilks e os policiais faleceram no acidente.
O caso ainda está sendo investigado por um setor especial da polícia, para descartar outras hipóteses.
Lars Endel Roger Vilks Lanat nasceu em 20 de junho de 1946, em Helsingborg, na Suécia. Tinha doutorado em história da arte e durante vários anos lecionou sobre esse assunto. Também era artista plástico, criava artes conceituais e esculturas.
A fama internacional veio em 2007, quando fez uma série de desenhos para uma exposição em Tällerud. Seu convite foi cancelado devido a preocupações com a segurança. Nenhuma galeria aceitou exibir os trabalhos.
As artes foram publicados em alguns jornais, mas em 18 de agosto do mesmo ano, o jornal Nerikes Allehanda publicou os desenhos num editorial sobre autocensura e liberdade religiosa.
Foi essa publicação que gerou protestos dos governos do Irã, Paquistão, Egito, Afeganistão e Jordânia e a Organização para a Cooperação Islâmica.
Além disso, o Estado Islâmico, também conhecido pelos acrônimos ISIS (Islamic State of Iraq and Syria) e Daesh (em árabe) ofereceu 150 mil dólares pela sua morte.
Duas tentativas de assassinato contra Vilks foram frustradas em 2009, uma conspiração nos Estados Unidos e outra na Irlanda. Em 11 de maio de 2010, Vilks sofreu um ataque durante uma palestra na Universidade de Uppsala, na Suécia. Quatro dias mais tarde, dois cossovares queimaram sua casa com bombas incendiárias.
Ainda em 2010, a organização terrorista islâmica da Somália, Al-Shaabab, publicou um vídeo pedindo para que somalis na Suécia se unissem à organização e matassem Vilks.
Em 14 de fevereiro de 2015, um ataque contra Vilks numa exposição em Copenhague, na Dinamarca, resultou na morte do cineasta Finn Nørgaard e deixou três policiais feridos. Depois disso, Vilks passou a viver num local secreto.
Lars Vilks estava na lista de morte da Al-Qaeda, junto a Kurt Westergaard, cartunista que também fez caricaturas de Maomé, sofreu diversos atentados, vivia sob proteção policial e que faleceu em 14 de julho de 2021, após uma longa doença, aos 86 anos; Carsten Juste; Flemming Rose; Salman Rushdie; Ayaan Hirsi Ali; e Stéphane "Charb" Charbonnier, que faleceu no ataque terrorista contra a redação da revista Charlie Hebdo.