Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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100 Balas - Volume 11 - Decaído

1 fevereiro 2013

100 Balas - Volume 11 - DecaídoEditora: Panini Comics - Edição especial

Autores: Brian Azzarello (roteiro), Eduardo Risso (arte) e Patricia Mullvihill (cores). Histórias originalmente publicadas em 100 Bullets # 68 a # 75.

Preço: R$ 22,90

Número de páginas: 192

Data de lançamento: Setembro de 2012

Sinopse

Sono ambulante - O foco está em Axel Nagel, cabeça de uma das famílias do Cartel. Flashbacks mostram momentos de seu passado em relação a Graves assumir seu papel de líder dos Minutemen.

No presente, há uma tensa conversa em que outro chefe de família, Javier Vasco, procura convencer Nagel a cometer suicídio. Em paralelo, Lono e seus colegas reativam o minuteman Jack Daw.

(Re)velando - Após a morte de Axel Nagel, seus filhos Lars e Anna precisam decidir quem assumirá a liderança da família. Enquanto isso, Graves reativa o último minuteman.

Amoral da história - Um interlúdio no qual Graves e Lono mostram seus diferentes estilos ao tratar com um rapaz que recebeu a maleta das 100 balas.

Positivo/Negativo

A introdução desta edição é escrita por Darwyn Cooke, autor de Mulher-Gato - O crime perfeito e da excelente adaptação Richard Stark's Parker - The Hunter, duas obras em quadrinhos muito semelhantes em temas e estilo a 100 Balas.

Em seu texto, Cooke defende a ideia de que o desenhista é mais importante que o roteirista e faz uma comparação com o cinema, segundo a qual o desenhista seria o equivalente ao diretor do filme, responsável pelos enquadramentos, edições, orientações para a interpretação dos atores etc.

Em seguida, faz uma série de comentários sobre a arte de Risso e reconhece: o que torna 100 Balas especial é justamente a perfeita parceria entre desenhista e roteirista.

A verdade é que a arte de Risso é praticamente indissociável da série. Difícil imaginar outro desenhista em seu lugar. Além do design dos personagens, ele consegue comunicar emoções e intenções em seus traços. Cada detalhe conta uma história, como a cicatriz que Megan Dietrich agora exibe.

Por outro lado, não se pode menosprezar a importância de Brian Azzarello. Se Risso dá substância visual e expressiva ao universo da série, é Azzarello quem elaborou cuidadosamente cada elo da intrincada rede de relações e intrigas que, afinal, é a essência de 100 Balas.

Este volume apresenta histórias em que há uma estrutura de contraposição de situações análogas, muito usada por Azzarello. São tramas paralelas que parecem refletir-se uma na outra.

Sono ambulante divide-se em duas partes. Há cenas do passado do Cartel, mostrando a situação em que Graves assumiu a liderança dos Minutemen.

As intrigas e especulações sobre alianças e intenções que permeiam a tensa conversa de Axel Nagel e Javier Vasco se alternam com o encontro de Lono com Jack Daw.

Aliás, está mais para um confronto: os dois se encaram numa luta de rua. E brigam pra valer. O mesmo ocorre de maneira muito mais sutil (e fatal) com Nagel e Vasco em um elevador.

(Re)velando é uma história em cinco partes e apresenta duas tramas paralelas.

Na primeira, Lars e Anna, os herdeiros de Axel Nagel, precisam decidir quem assumirá como o novo líder da família. Mas as interferências por parte de Lono e Vasco deixam claro que não se trata de uma questão de livre escolha, nem de só duas opções.

Na segunda, o leitor conhece Remi e Ronnie Rome, outro par de irmãos. Um deles recebeu a maleta com as 100 balas. Ambos têm feito coisas bem discutíveis e perigosas e terão que acertar contas entre si.

E (Re)velando segue mostrando essas duas histórias de irmãos, que se respeitam, mas não confiam um no outro. Relações complicadas, feitas de amor e ressentimento genuínos.

Finalmente, Amoral da história segue com a estrutura de contraposição e mostra como Graves e Lono interagem com o mesmo sujeito, mais uma vítima que recebe a maleta.

Nessa pequena história, fica muito bem caracterizado o antagonismo entre Lono e Graves, mesmo que os dois não tenham se encontrado.

Aliás, aí entra novamente a mão de Azzarello, abrindo portas para especulações: se Lono e Graves não estão se falando, como o primeiro sabia onde encontrar o rapaz que recebeu a maleta? Como conhecia o problema do garoto?

O leitor que acompanhar com atenção a série vai encontrar diversas perguntas do tipo, que parecem ser pistas de um mapa maior que Azzarello vai distribuindo.

Como a série aproxima-se de seu final, recomenda-se aos fãs uma releitura atenta de todos os volumes anteriores. O leitor perceberá que, além de notar novas conexões entre personagens e situações, 100 Balas é um dos tipos raros de obra que fica ainda melhor numa segunda leitura.

Classificação

4,5

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