52 - The novel
Editora: Ace Books – Romance
Autor: Greg Cox
Preço: US$ 7,99
Número de páginas: 464
Data de lançamento: Janeiro de 2011
Sinopse
Romance inspirado na revista semanal 52, narrando um ano de existência do Universo DC sem a presença de Superman, Batman e Mulher-Maravilha. Mas não sem heróis!
Positivo/Negativo
Dando prosseguimento à saga Crise Infinita, de 2006, a DC Comics ousou com a publicação de uma série em quadrinhos publicada semanalmente, em que a ação transcorria em tempo real, com duração de um ano. 52 foi escrita pelo “time dos sonhos” da editora, composto por Geoff Johns, Grant Morrison, Mark Waid e Greg Rucka, com Keith Giffen nos esboços e uma legião de ilustradores, focando personagem menores de seu universo.
Sucesso de público e crítica, logo tornou-se um marco entre os grandes eventos da DC. E, assim como sua predecessora, foi vertida à prosa literária, num vigoroso romance assinado por Greg Cox. Versado em adaptações de grandes aventuras do cinema, da televisão e dos quadrinhos, o autor é a opção perfeita para esses livros e, mais uma vez, apresentou um trabalho competente com material tão improvável. E com uma vantagem: aqui, os protagonistas permitem um olhar muito mais íntimo sobre suas vidas, garantindo o interesse do público.
Evidente que colocar a íntegra de 52 edições num único romance constitui tarefa ingrata demais, e a solução do autor foi inevitável: subtramas e núcleos de personagens inteiros foram eliminados, em prol de uma narrativa mais direta e envolvente.
Parte dos fãs do material pode sair decepcionada, caso seu herói preferido tenha ficado de fora. Mas a adaptação, de modo geral, saiu ganhando, justamente pelo enfoque no desenvolvimento de personagens. Os menos badalados Gladiador Dourado, Renée Montoya, Questão, Batwoman e Adão Negro brilham em sequências intimistas, com exploração de suas vidas privadas e do lado heroico da jornada, que funciona tão bem como foi nos gibis.
Cox tem um talento especial para mostrar personalidades fortes em cenas de ação e desespero, o que faz toda a diferença. E a qualidade do texto original só ajuda. Mesmo quem não estiver familiarizado com os personagens poderá se envolver a contento.
Se as desventuras espaciais de Homem-Animal, Estelar, Adam Strange e Lobo, os problemas mundanos de John Henry Irons, mais conhecido como Aço, e a Corporação Infinito foram limados da adaptação, o cerne da trama semanal permanece. Há a investida num Universo DC marcado pela Crise, ameaças espaço-temporais e combatentes do crime na missão decisiva de suas vidas.
Em 52, a presença do Multiverso surge muito mais natural do que foi em Infinite Crisis, mais como um recurso imaginativo válido do que como elemento padrão de nostalgia. E, no lugar do Superboy Primordial, surge o implacável Adão Negro promovendo o banho de sangue e dizimando toda uma nação corrupta, nos eventos que levam direto à Terceira Guerra Mundial.
Novamente, há um desfile de fantasiados da DC, porém agora de forma bem coerente, de modo a não alienar o leitor menos versado em sua cronologia.
Na sequência, foram publicados também os romances adaptando Contagem Regressiva e Crise Final, duas megassagas da DC que dividiram opiniões, também assinados por Greg Cox.
A onda de adaptar grandes eventos dos quadrinhos para a literatura começou faz tempo, com A morte do Superman, e atingiu também a Marvel em tempos recentes. Cada vez mais, os super-heróis são um fenômeno multimídia, disponíveis a um público amplo, em tempos que os gibis não vendem tanto.
52 revelou-se uma das melhores pedidas da safra atual, por mostrar a evolução de personagens menos conhecidos, mas belamente trabalhados. Mesmo lido sem a companhia das sagas adjacentes, prende a atenção e revela detalhes esquecidos de um universo único.
Para todos os entusiastas de heróis “maiores que a vida”, é certeza de diversão.
Classificação