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Batsuman – Ano um (e dois também)

3 outubro 2014

Batsuman – Ano um (e dois também)Editora: Estúdio Lobo Limão– Edição especial

Autor: Yoshi Itice (roteiro e arte).

Preço: R$ 25,00

Número de páginas: 64

Data de lançamento: 2014

Sinopse

Coletânea dos dois primeiros anos da tira Batsuman, publicada no site do estúdio Lobo Limão.

Positivo/Negativo

Quem não gosta de uma boa sátira?

Nos quadrinhos, uma das mais corriqueiras é sacanear os super-heróis. É tão comum que as próprias editoras fazem isso, como a Marvel, com seu Deadpool, ou a DC, com a saudosa Liga da Justiça cômica, por exemplo.

Por aqui, numerosas HQs brincaram com o conceito dos “supers”, várias com sucesso, como Overman, mais uma das hilárias criações de Laerte.

Mas, se sátira de super-herói é algo usual, fazer isso com qualidade, nem tanto. Batsuman está no time das exceções.

Publicado pelo Estúdio Lobo Limão, que tem mantido um bom padrão de qualidade em seus títulos, Batsuman apareceu como tirinha na internet. Na “vida real”, surgiu antes, quando o autor e um amigo, numa aula de japonês, brincaram com a palavra japonesa “batsu” (algo errado ou falho, o “X” marcado numa opção incorreta) e surgiu um Batman bem tosco... Batsuman.

O autor assume declaradamente que se inspirou no Overman de Laerte. Ao longo de vários anos, rabiscou o personagem, os coadjuvantes e diversas situações, até que decidiu colocá-lo online.

E deu tão certo que a série acabou numa bem-sucedida campanha no site de financiamento coletivo Catarse, que propiciou o lançamento do título em papel.

Batsuman – Ano um (e dois também) é uma coletânea das tiras publicadas originalmente. A grande sacada do autor é não fugir em momento algum de suas inspirações. Pelo contrário: ele as escancara – Batsuman é Batman, Robin é Robin, Comissário Gordon (ou Gordinho) é o próprio. Ponto. E assim por diante.

O viés cômico surge da personalidade do Batsuman (ou melhor, do “Batman errado”, lembra da aula de japonês?). Ele não tem paciência nenhuma de investigar. Aliás, não tem paciência com nada. Nem com bandidos, muito menos com o “pentelho” hiperativo do Robin.

O anti-herói prefere encher os suspeitos de porrada, tenham eles culpa ou não. Afinal, quem mandou serem suspeitos? Alfred, que na verdade se chama James, nem sabe direito por que está lá. As heroínas podem (e devem) usar decote. E uniformes chamativos, lógico.

E tem muito mais, como a galeria dos principais vilões do Batman, comicamente modificados. Ainda que o Coringa, como era de se esperar, tenha alguma das melhores gags, nada bate o Espantalho, que é suspeito até que prove o contrário. Mesmo que seus amigos, o Leão Covarde e o Homem de Lata deponham a seu favor.

Algumas piadas politicamente incorretas fazem parte do repertório do personagem, o que é muito bom. De certinho, basta o Homem-Morcego original.

E uma boa notícia: o leitor que não colaborou no Catarse para o lançamento do título em papel e ainda não conhece esse universo recheado de porrada e de referências ao universo pop (games, quadrinhos e luta livre) só precisa clicar aqui  e acompanhar as (des)venturas do Batsuman desde o início, online.

Classificação

4,0

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