Billie Holiday
Editora: Mino – Edição especial
Autores: Carlos Sampayo (roteiro) e José Muñoz (arte) – Originalmente em Billie Holiday (tradução de Maria Clara Carneiro).
Preço: R$ 69,90
Número de páginas: 80
Data de lançamento: Fevereiro de 2017
Sinopse
A história da carreira de Billie Holiday é contada por um jornalista que precisa escrever uma reportagem especial em homenagem aos 30 anos de morte da estrela (a HQ se passa em 1989 e ela morreu em 17 de julho de 1959).
Positivo/Negativo
Esta é uma HQ que faz o leitor se emocionar. O jornalista encarregado de escrever sobre a diva do jazz não sabia nada sabia dela. Inclusive, começa a fazer o trabalho com uma tremenda má vontade.
Só que, à medida em que vai descobrindo os fatos, eles vão sendo apresentados na narrativa cativante de Sampayo, e o leitor passa a acompanhar a difícil vida de uma das maiores cantoras que o mundo conheceu.
Interessante que os fatos apurados não caracterizam uma narrativa fluida nem linear. Ainda assim, é uma história forte e impregnante.
Eleanora Holiday teve uma vida de estupros – físicos e psicológicos. Uma pessoa com um dom além da realidade, abusada pela vida. A justiça não existia, inclusive os policiais eram fonte certa de violência.
Não há glamour. Porque ele não existe para uma artista mulher e negra. Mesmo que tivesse voz de deusa. Dessas que carregam a dor e a paixão. Dessas que te arrepiam completamente. Dessas que te fazem chorar. Não importa. Infelizmente.
É difícil não questionar como os homens que destruíram a vida de Billie Holiday conseguiam dormir à noite.
A arte de Muñoz tem um forte impacto visual. É estática, mas com uma boa narrativa, e acompanha o roteiro pontual, toda em claro e escuro. O uso do preto é algo inebriante, que dá tanto vigor quanto suavidade. A fotografia, o jogo de câmeras, o foco de cada cena, tudo é excelente.
A leitura do prefácio assinado pelo escritor, crítico literário e de jazz e desenhista francês Francis Marmande é essencial para a compreensão da obra, pois destrincha os fatos e prepara o tom.
A edição da Mino, em capa dura com cor extra, papel couché, folha de guarda dourada e galeria de extras, faz jus à grandeza da história. E a leitura fica ainda melhor se for feita ao som de Billie Holiday.
Classificação:
.