Chico Bento - Pavor Espaciar
Editora: Panini Comics – Edição especial
Autor: Gustavo Duarte (roteiro e desenhos).
Preço: R$ 19,90 (capa cartonada) e R$ 29,90 (capa dura)
Número de páginas: 80
Data de lançamento: Agosto de 2013
Sinopse
Tinha tudo para ser mais uma noite tranquila na Vila Abobrinha. Mas Chico Bento, o seu primo Zé Lelé, o porco Torresmo e a galinha Giserda acabam abduzidos por alienígenas que têm planos sinistros.
Positivo/Negativo
Antes de tudo, não custa lembrar que esta HQ faz parte de um projeto maior de reinterpretação dos personagens clássicos de Mauricio de Sousa, que começou em 2009, no álbum comemorativo do cinquentenário do artista, o MSP 50; e que todo esse bem-sucedido material foi editado por Sidney Gusman, editor-chefe deste site.
E, por fazer parte dessa série chamada Graphic MSP, vale começar a análise pelo ponto em que a HQ se destaca em relação às duas que a antecederam, Astronauta - Magnetar, de Danilo Beyruth, e Turma da Mônica - Laços, de Vitor e Lu Cafaggi. Os autores focaram em contar uma história pensada para os personagens do Mauricio e aproveitaram a liberdade que tiveram para criar algo novo na mitologia já existente, como o avô do Astronauta e a "origem" da amizade da Turminha.
Já Pavor Espaciar tem uma pegada mais autoral. É uma HQ do Gustavo Duarte - com algumas concessões, como a inclusão de balões de falas - que usa personagens de Mauricio de Sousa. Dito isso, o leitor já sabe o que esperar: uma história divertida, muito bem desenhada, com um humor nonsense dos desenhos animados e várias referências espalhadas pelas páginas.
O traço de Duarte é extremamente limpo, funcional e confere elegância, movimento e grande elasticidade para todos os personagens. Como o álbum é colorido, suas páginas ficaram ainda mais chamativas que em suas HQs independentes em preto e branco.
A narrativa do autor também ganhou com a presença de balões. Todas as suas publicações anteriores, tanto as independentes quanto Monstros!, pela Quadrinhos na Cia., foram tramas mudas, nas quais ele conta tudo sem depender das palavras. Aqui, Duarte ruma para situações mais complexas sem perder a agilidade que transforma suas páginas em uma quase animação cheia de movimento e vida.
A edição, como as anteriores da coleção, é bem caprichada para os fãs. Tem um belo texto de abertura Mauricio de Sousa, vários extras mostrando as etapas de trabalho de Gustavo Duarte e algumas referências da história, além de um texto bacana de Roger Rocha, do Ultrage a Rigor, banda da qual o autor da graphic é fã.
Gustavo Duarte é um daqueles autores tão competentes no estilo cartunesco em que trabalha, que praticamente a única coisa que resta para o resenhista falar é: leia e releia, a edição melhora a cada leitura.
Classificação