Editora: Abril Jovem – Minissérie em três edições

Autores: Jim Starlin (roteiro), George Pérez e Ron Lim (desenhos), Josef Rubinstein e Bruce Solotoff (arte-final).

Preço: R$ 1,90 (valor da época)

Número de páginas: 240

Data de lançamento: Março de 1995

Sinopse

Após obter as seis joias do infinito, Thanos extermina metade da população da Terra. Cabe aos heróis (e alguns vilões) sobreviventes, além de entidades celestiais, sob o comando de Adam Warlock, evitar que o Louco de Titã reine absoluto sobre tudo o que existe.

Positivo/Negativo

Há pouco mais de 20 anos, a Marvel lançava uma de suas grandes sagas mais icônicas. Desafio Infinito pode ser considerada o ápice da história do vilão Thanos, quando ele finalmente adquire o poder supremo ao reunir as seis joias do infinito (poder, tempo, espaço, alma, mente e realidade), capazes de rivalizar – e até mesmo superar –  as principais divindades cósmicas do Universo, como Eternidade e Galactus.

Para o leitor que não está familiarizado com as aventuras anteriores de Thanos e como ele chegou até aqui, vale conferir a matéria de Marcelo Naranjo no Universo HQ.

Um dos trunfos de Desafio Infinito, mais do que reunir heróis do primeiro ao terceiro escalão da “Casa das Ideias”, está no roteiro. Jim Starlin, também criador de Thanos, consegue construir uma trama que, mesmo às vezes parecendo enfadonha, devido a alguns diálogos “filosóficos”, prima pelas reviravoltas inesperadas (destaque para as várias mãos que tomam posse da manopla do infinito, a luva que contém as joias).

Apesar de ser uma continuação da história de Thanos, Desafio Infinito funciona como uma excelente saga fechada em três partes, que pode ser compreendida mesmo por leitores que acabam de ser apresentados ao personagem.

Outro destaque é a perplexidade dos heróis e vilões diante de um desafio no qual a derrota é certa. Aqui, Starlin não poupa o leitor da fria realidade, com muitos heróis tombando ao longo do caminho. Alguns são transformados em vidro, decapitados, têm as mãos decepadas ou são derrotados com um simples tapa.

Apenas um plano bem orquestrado (é quando Adam Warlock tem um papel primordial) é capaz de garantir a vitória sobre Thanos.

George Pérez, pra variar, merece destaque nos desenhos. Conhecido pelos planos abertos, cheios de detalhes e muitos personagens, o desenhista foi uma das ótimas escolhas para a história.

As ilustrações em páginas duplas e de cenas de batalha mostram a dimensão ideal que uma aventura desse porte precisa, algo que Pérez já fez com mestria em outras sagas, como Crise nas Infinitas Terras, da DC Comics.

Ron Lin, ainda que em menor escala, apresenta um trabalho competente. Tanto que viria a assumir sozinho a arte das trilogias seguintes (Guerra Infinita e Cruzada Infinita, também publicadas pela Abril).

A edição em formatinho (13,5 x 19 cm) publicada pela Abril, em 1995, ainda é a única disponível no Brasil. Infelizmente, a encadernação em lombada quadrada é precária, e o simples ato de abrir a revista vira uma tarefa arriscada, pois as páginas soltam-se com facilidade. Encontrar em sebos algum dos números da minissérie sem páginas faltando é algo raro.

Após o anúncio da Marvel sobre os próximos filmes dos Vingadores, que adaptarão a trama de Desafio Infinito, a probabilidade de a Panini relançar esta saga nos próximos anos é grande. Resta esperar.

Classificação