Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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FANTASMAGORIANA

19 outubro 2009


Autores: Wellington Srbek (roteiro) e Flavio Colin (arte).

Preço: R$ 5,00

Número de páginas: 20

Data de lançamento: Janeiro de 2002

Sinopse: Uma noite no fim do mundo - A equipe de reportagem comandada por Gerald Jones vai até Ribeirão das Almas em busca da história da noivinha.

Mas Gerald Jones acaba encontrando com outra mulher.

Positivo/Negativo: Um causo em quadrinhos. Os elementos principais estão aqui: o elemento fantástico, o texto oralizado, a surpresa final.

Fantasmagoriana não é o primeiro "causo" contado pela dupla Srbek e Colin, também é responsável pelo excelente álbum Estórias Gerais

Wellington Srbek é um nome que carece de maior atenção na trajetória recente das HQs brasileiras. Ele tem produzido, há um bom tempo, com dinheiro do próprio bolso e via leis de apoio (Fantasmagoriana foi financiada pela lei de incentivo à cultura de Belo Horizonte) muito material. E com grande diversidade temática.

Para se ter uma ideia, de 1996 até 2008, Srbek produziu mais de 20 títulos independentes - entre álbuns e revistas -, sempre com roteiro muito bem cuidado, algo que se percebe nas pesquisas, nas referências e, por consequência, na qualidade das histórias.

Em Fantasmagoriana não é diferente.

O roteiro é caprichado. O uso do narrador que se expressa pelos recordatórios é eficiente e ajuda o desenrolar da trama. O final é surpreendente, e a recuperação do falar interiorano é muito bem feita, assim como a cadência da narrativa.

Os deslizes ficam por conta dos (poucos) erros de revisão e de algumas falas sobre o poder de manipulação da TV, que parecem estranhas vindas daquela voz narrativa. Mas nada que atrapalhe o efeito final da história.

O contraste do preto e branco na arte de Colin condiz perfeitamente com o tom da trama. Afinal, o desenho do velho mestre (falecido em 2002) faz referência à xilogravura, que por sua vez, remete à literatura de cordel, que é uma forma de expressão típica para causos e histórias populares.

Ou seja, as expressões simples e significativas dos personagens são ferramentas poderosas a favor da narrativa.

O texto de Srbek na contracapa, sobre como nasceu a história, é interessante e aponta para as referências criativas do autor, elucidando também um pouco do processo criativo da revista.

 

Classificação:

4,0

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