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John Constantine - Hellblazer - Origens - Volume 3 - Newcastle & A máquina do medo - Ato I

13 dezembro 2013

John Constantine Hellblazer - Origens - Volume 3 - Newcastle & A máquina do medo - Ato IEditora: Panini Comics - Edição especial

Autores: Jamie Delano (roteiro), Richard Piers Rayner (arte das edições 11, 12, 13, 14, 15 e 16), Mike Hoffman (arte das edições 13 e 17), e Mark Buckingham (arte-final dos números # 11 a # 16) – Publicado originalmente em Hellblazer # 11 a # 17.

Preço: R$18,90

Número de páginas: 192

Data de lançamento: Junho de 2012

Sinopse

A conclusão da saga de Nergal faz John Constantine revisitar um dos momentos mais traumáticos de sua carreira (o fiasco de Newcastle), e ele ainda se torna foragido da polícia, passando a ser procurado pelos crimes cometidos pelo demônio (no Volume 2).

O mago encontra refúgio com uma comunidade new age que parece um idílico paraíso, mas é apenas o início de novos problemas.

Positivo/Negativo

É louvável a intenção da Panini de, pela primeira vez no Brasil, de maneira ordenada e sequencial, publicar a série mensal Hellblazer, com capas originais, notas de rodapé e material inédito (como a edição anual publicada no Volume 5, Histórias raras).

Além disso, acerta algumas confusões editoriais (como o arco Triângulos infernais, do Volume 1, publicado originalmente aqui espalhado na revista de Constantine, e a minissérie O celestial e o profano).

Desde o primeiro volume, trazer de forma cronológica todas as edições de Hellblazer é motivo de aplausos. Quem se aventurou a ler a série retalhada por múltiplas revistas e editoras ao longo das décadas sabe o sofrimento dos fãs do mago canalha.

Mas a Panini poderia pensar mais nos leitores ao montar os fascículos, para que as histórias e arcos não se espalhem por tantos volumes. O de Nergal, por exemplo, passa pelos três primeiros volumes. Nessa condição, fica difícil atrair um leitor ocasional, que, por acaso, comece por este terceiro álbum.

No roteiro, Jamie Delano oscila bastante, e este volume é uma demonstração clara dos seus erros e acertos durante o período em que esteve à frente da série.

Com Newcastle, um antigo mistério que Alan Moore indicou durante vários momentos da saga do Monstro do Pântano, o horror transborda das páginas com a tragédia da pobre Astra e da boate Casanova. No entanto, já na história seguinte Delano apela para um Deus Ex Machina para resolver o arco de Nergal.

Numa análise mais aprofundada em busca de simbolismos, fica a impressão de que o autor britânico tenta uma crítica aos usos e abusos da tecnologia – enfatizando obviamente a bola da vez nos anos 1980/1990, os microcomputadores e a então desconhecida “rede mundial”’.

Infelizmente, passa longe.

O ritmo muda substancialmente no interlúdio Na Praia, em que um calmo dia de sol se torna um psicodélico pesadelo nuclear, e nos primeiros capítulos de A máquina do medo, com um paraíso idílico, de uma comunidade afastada numa sintonia cósmica e todo aquele papo hippie/new age.

Isso representa de maneira clara a calmaria antes da tempestade, que surge com o sequestro da garota paranormal Mercury, por supostos policiais, e bate ainda mais forte no capítulo final do volume, com uma demonstração do poder do artefato do título deste arco (a tão falada máquina do medo). E, após um início morno, o final é suficiente para deixar qualquer leitor ansioso pela continuação, e ver como as coisas avançarão.

Classificação

3,0

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