Lady Killer
Editora: Dark Horse – Edição especial
Autores: Jöelle Jones e Jaime S. Rich (roteiro), Jöelle Jones (arte) e Laura Allred (cor) – Originalmente publicada na minissérie Lady Killer # 1 a # 5.
Preço: US$ 17,99
Número de páginas: 136
Data de lançamento: Setembro de 2015
Sinopse
Josie Schuller é a perfeita dona de casa, esposa e mãe do início dos anos 1960, mas também é uma matadora impiedosa e eficiente. Ela conseguiu equilibrar as alegrias da vida doméstica com o prazer de assassinatos friamente executados, até ganhar um alvo na testa e ter sua vida de sonhos ameaçada.
Positivo/Negativo
Mães assassinas, o cinema já apresentou várias, de Pamela Vorhees (Sexta-feira 13) a Beverly Sutphin (Mamãe é de morte) e Beatrix Kiddo (Kill Bill), mas nenhuma delas chega aos pés de Josie Schuller, protagonista de Lady Killer.
Josie é aquela mãe e dona de casa exemplar, praticamente saída de um comercial de margarina (sim, ela usa colar de pérolas e belos vestidos rodados), e ainda por cima consegue ter paciência com a sogra alemã carne-de-pescoço.
Mas essa vida cor de rosa esconde o seu real ganha-pão: Josie é uma assassina de aluguel, daquelas que gosta de enfiar a faca, com prazer, em seus alvos, se possível lambuzando todo o cenário com bastante sangue.
Elegante, cuidadosamente maquiada e com facas afiadas no porta-luvas do carro, ela alega sair para seu trabalho voluntário em um hospital sempre que Mr. Peck lhe passa algum serviço.
No entanto, vai ficando complicado equilibrar a paz no lar com a matança, e Josie começa a exigir alguns horários específicos para trabalhar, o que desagrada seu chefe, Mr. Stenholm, o qual acredita ser melhor tê-la como carta fora do baralho.
Ao sacar que havia virado um alvo, a protagonista parte para o tudo ou nada em busca de desforra.
Lady Killer é a terceira parceria entre Jamie S. Rich e Jöelle Jones (aqui no Brasil, a única HQ deles publicada foi 12 razões para amá-la, pela Devir), mas pela primeira vez eles conduzem a quatro mãos o roteiro, apresentando uma sangrenta trama de humor corrosivo, que arrebata o leitor logo na sequência inicial.
Os diálogos são afiados, trazendo algumas gírias da década de 1960; a arte de Jöelle Jones é supimpa (com destaque para o domínio perfeito das cenas de ação e ambientação de época – roupas e cenários); e as cores de Laura Allred caem como uma luva, dando à obra uma vivacidade ímpar.
O roteiro dá uma escorregada boba, como a desculpa de Mr. Stenholm para querer se ver livre de Josie. Bom, quem tem uma funcionária exemplar por 15 anos, e ela passa a exigir um horário de trabalho que possa conciliar com suas atividades domésticas, não ia querer perdê-la, certo? Até porque Mr. Peck frisa a Mr. Stenholm que Josie é a melhor assassina da empresa.
Quando o leitor é informado do que vai acontecer a Josie, a personagem, que vinha demonstrando prazer em matar, repentinamente amolece, deixando um serviço por fazer, e dando a entender ser acertada a preocupação de Mr. Stenholm, para quem a “porção família” viria a atrapalhar seu desempenho, e ao mesmo tempo sua sede em matar não iria lhe permitir se encaixar por completo na sociedade.
Isso realmente comprometeu o incidente incitante, que para ser mais plausível deveria primeiro mostrar Josie com peso na consciência e desistindo de executar um alvo, para então ser caçada por Mr. Peck.
Apesar dessa falha, o segundo ato segue tranquilo com a trama de retaliação de Josie e outros dois assassinos contra Stenholm e Peck.
A minissérie termina com um gancho interessante, e a Dark Horse começou a publicar sua sequência em 2016, com Jones assinando roteiro e arte, tendo Michelle Madsen como colorista.
Vale comentar também a campanha publicitária bem criativa, feita pela Dark Horse para a minissérie, utilizando pôsteres que remetiam a propagandas de eletrodomésticos, cigarros e remédios dos anos 1960 (os quais estão presentes no bônus do encadernado), assim como as capas trazem uma irresistível pegada retrô.
Classificação:
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