Liga da Justiça # 0 - Novos 52
Editora: Panini Comics – Revista mensal
Autores: Shazam! (Justice League # 0, Justice League # 7 a # 11) – Geoff Johns (roteiro), Gary Frank (arte) e Brad Anderson (cores);
Questões (Justice League # 0 II) – Geoff Johns (roteiro), Ethan Van Sciver (arte) e HI-FI (cores);
Capitão Átomo – Renascimento (Captain Atom # 0) – JT Krul (roteiro), Freddie Williams II (arte) e José Villarrubia (cores).
Preço: 9,99
Número de páginas: 104
Data de lançamento: Junho de 2013
Sinopse
Edição integrante do “mês zero” da DC Comics no Brasil, com a estreia de Shazam! e novas informações sobre os heróis da editora.
Shazam! – Billy Batson é um adolescente órfão que passou de casa em casa, até que parece conseguir adoção por uma família bondosa. O que ele não esperava é que um velho mago o escolheria como portador de incríveis poderes e uma missão especial na Terra.
Questões – Preparando o terreno para os próximos grandes eventos do Universo DC, Pandora segue envolta em mistérios e cruza o caminho de duas figuras igualmente enigmáticas.
Capitão Átomo – Revelações surpreendentes sobre a origem do herói.
Positivo/Negativo
Ainda que meio esquecido em tempos recentes, o Capitão Marvel foi um dos super-heróis mais populares da chamada Era de Ouro dos quadrinhos, período no qual conseguia superar o Superman nas vendas de revistas e na popularidade de suas aventuras.
Se o Homem de Aço lidava com questões sociais e começava a incorporar elementos de ficção científica nas histórias, o campeão do mago Shazam brilhava pelo teor de fantasia e ingenuidade infantil, sempre com muito bom humor e bichinhos falantes.
Não era surpresa que as crianças curtissem tanto, ainda mais pelo fato de ele ser, na verdade, o infante Billy Batson.
Após processos por plágio contra a editora Fawcett e um período fora de circulação, contudo, a DC chegou a relançar diversas vezes o gibi do Capitão Marvel, mas sem a repercussão de tempos passados.
Digna de nota foi a série The Power of Shazam!, criada por Jerry Ordway, na década de 1990, ainda que o foco estivesse mais na nostalgia de leitores veteranos.
Agora, o reboot completo do Universo DC abriu as portas para mais uma releitura sobre o herói, pelas mãos dos talentosos Geoff Johns e Gary Frank. A julgar pelo material publicado nesta edição Liga da Justiça # 0, eles acertaram em cheio.
O ponto alto está no fato de a história efetivamente reinventar o ícone do passado para os tempos atuais. Com o nome simplificado de Shazam e uma abordagem progressiva e imprevisível, o alter ego de Billy Batson surge formatado para uma nova geração de leitores, sem ignorar tudo que o torna especial.
O garoto revela-se, à primeira vista, uma peste egoísta e insuportável, algo bem distante da inocência típica dos anos 1940. Mas é aí que entra em cena o talento de Geoff Johns para confeccionar personalidades e conflitos marcantes, revelando algo mais a cada página.
Marca presença um elenco de crianças simpáticas como coadjuvantes, incluindo os conhecidos Freddy Freeman e Mary, os tradicionais Capitão Marvel Júnior e Mary Marvel de versões anteriores do mito. Até o tigre Sr. Malhado tem seu lugar.
Na arte, Gary Frank mostra sua mescla usual de realismo e magnificência, completando assim o time criativo mais competente da DC atual.
Não é a primeira vez que Geoff Johns trabalha com a mitologia de Shazam, já que escreveu bastante Capitão Marvel e Adão Negro nas páginas de JSA, e até apresentou uma das variações mais curiosas do conceito na minissérie Ponto de ignição.
É questionável apenas a decisão da DC Comics de não ter lançado um novo título próprio do herói, optando por mostrar suas aventuras em histórias secundárias na revista da Liga da Justiça.
Falta de confiança no potencial mercadológico do herói ou por mérito dos próprios artistas, é fato que Shazam merecia espaço maior dentre as publicações da editora, ainda mais pela quantidade de séries ruins que saem mensalmente.
No Brasil, foi louvável a forma como a Panini publicou a nova fase, reunindo todo o ciclo inicial de suas aventuras numa única edição. Um bom trabalho editorial, sem dúvida.
Já nas duas tramas que completam a edição, a qualidade cai perceptivelmente. O mesmo Geoff Johns assina Questões, uma não-história que falha até como teaser de atrações futuras, tamanha a ausência de conteúdo ou tensão dramática apresentados.
Por fim, Capitão Átomo, de JT Krul, é mais uma bobagem que não vai a lugar algum e só provoca saudades dos tempos em que Cary Bates e Pat Broderick assinavam as aventuras do personagem.
Ainda assim, o novo Shazam garante o foco de interesse na revista, que é uma das mais recomendadas do “mês zero” da DC e promete grandes atrativos para o futuro do “Universo Original”.
Classificação