LJA - Liberdade e Justiça
Editora: Panini Comics - Edição especial
Autores: Paul Dini (roteiro) e Alex Ross (arte).
Preço: R$ 24,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Junho de 2004
Sinopse
A queda de um meteoro na África libera um perigoso vírus alienígena. Cabe à Liga da Justiça impedir que a ameaça se espalhe pelo mundo.
Positivo/Negativo
Encerra-se com este volume a série de seis álbuns em formato gigante da dupla Dini e Ross, dois nomes fundamentais para a indústria dos quadrinhos surgidos em meados dos anos 90.
Dini é roteirista de quadrinhos como Zatanna: Everyday Magic, mas também estava diretamente envolvido na série de desenhos animados dos heróis da DC, desde Batman até a nova Liga da Justiça.
Lançados na esteira do longa-metragem Batman: o Retorno, os desenhos foram saudados pelos leitores graças à capacidade de captar a essência do panteão da editora. Na nova acepção de Superman, o roteirista Brian Azzarello chegou a citar a atitude do Homem de Aço da série animada como modelar.
Ross (de Marvels e Reino do Amanhã) é um talentoso pintor acadêmico e, como tal, não chega nem mesmo a ser brilhante. No mundo real, seu trabalho ficaria um pouco além das categorias mais duvidosas das artes visuais - a saber: a Pintura de Quarto de Hotel e a Pintura de Restaurante.
Não que seja ruim, só que a figuração realista não está em voga já faz uns 150 anos. Mas como o que está sendo analisado não é o mundo real, e sim o dos super-heróis da DC, uma das mais fascinantes narrativas mitológicas do século passado. Nesse cenário, os arroubos geniais de McKeans e Sienkiewiczes são exceções, enquanto Ross chega perto da essência do gênero.
Pois é justamente essa a relação entre os dois autores: eles conhecem a alma dos personagens e dos quadrinhos de super-heróis.
A dupla tem uma capacidade impressionante de reduzi-los à sua essência mais pura, limpando-os dos excessos de quase 70 anos de maus roteiros e de infinitas reformulações. Foi o que se viu nos cinco álbuns anteriores, e é o que se ratifica agora. Ao fim da leitura, tem-se a certeza de que aquele é o verdadeiro Superman. A sensação é ainda mais plena diante de personagens que sofreram mais mudanças, como Lanterna Verde, Flash e, principalmente, Aquaman.
É aí que o leitor começa a estranhar: acostumado a ver sagas enroladas, com referências intrincadas com aventuras de 30 anos atrás. E Liberdade e Justiça não se trata disso, e sim de uma narrativa que joga arquétipos de heróis a enfrentar a metáfora extremamente contemporânea do inimigo invisível. É, no fim das contas, uma história simples, tal qual é o Universo DC e tal como ele foi em todos os seus grandes momentos.
Classificação