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Mary

9 agosto 2013

MaryEditora: Balão Editorial – Edição especial

Autor: Magno Costa (roteiro e desenhos).

Preço: R$ 13,00

Número de páginas: 40

Data de lançamento: Maio de 2013

Sinopse

Em uma aldeia puritana, uma mulher é acusada de bruxaria.

Positivo/Negativo

Magno Costa, um dos autores do elogiado Oeste Vermelho (feito com seu irmão gêmeo, Marcelo), entrega uma história rápida e pesada em Mary.

Rápida não apenas pelas suas 36 páginas efetivamente de quadrinhos, nem pela ausência de texto, mas pela dinâmica da passagem de uma ação a outra. Abra-se um parêntese quanto ao texto.

(A primeira página da história traz uma menção bíblica sobre bruxaria e feitiçaria, que pode tanto ser entendida como o texto único da narrativa, quanto como uma citação. Em ambos os casos, o texto prepara a expectativa do leitor para o que virá adiante.)

E Magno engana o leitor, como um bom mágico faria, ao começar a HQ com um texto, seguido de três quadros aproximativos e um contraplano. A experiência da leitura é que algo lento vai se desenrolar ali.

Em seguida, três homens entram numa cabana, há um close-up em uma mulher (Mary?) e um corte de cena. A partir daí, há um maior hiato entre cada um dos quadros, como se mais ações ocorressem (ou pudessem ocorrer) entre um e outro.

Cada quadro criado por Magno representa toda uma ação ou cena. O poder disso vem de miniaturizar essas ações e escolher a melhor delas para representar todo o conjunto.

No momento da ação principal da trama, como o mágico que pede a sua atenção, Magno Costa distribui a ação por alguns quadros, novamente, reduzindo o ritmo da HQ, que se assemelha à pulsação: rápida e com mais conteúdo que a cabeça consegue processar, como se o leitor corresse, e então com uma lentidão calma, um resignação pelo destino que lhe cabe.

A seguir, em ritmo rápido, de um ou dois desenhos por cena, as consequências pesadas daquelas ações. O movimento principal (não revelado em respeito à leitura ainda não feita, embora bastante dedutível pela natureza da HQ) também é em si muito pesado.

De todo esse peso, a consequência só podia ser o esmagamento. O esmagamento de uma existência. O esmagamento de comportamentos diversos. O esmagamento de alternativas de pensar.

E, ensina a física, todo peso quando centralizado tem mais força e obriga seu chão a rachar. Talvez por isso o único final possível para Mary seja aquele que é.

Classificação

4,5

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