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Os Supremos - Edição Definitiva

1 dezembro 2007

Os Supremos - Edição DefinitivaTítulo: OS SUPREMOS - EDIÇÃO DEFINITIVA (Panini Comics) - Edição especial

Autores: Mark Millar (roteiro), Bryan Hitch (desenhos) e Andrew Currie (arte-final).

Preço: R$ 54,90 (capa cartonada) e R$ 79,00 (capa dura)

Número de páginas: 376

Data de lançamento: Agosto de 2007

Sinopse: O governo dos Estados Unidos está disposto a criar uma equipe de defesa super-humana. E o encarregado dessa missão é o Coronel Nick Fury, comandante da S.H.I.E.L.D., que logo traz para o projeto os geneticistas Bruce Banner, Hank Pym e o milionário Tony Stark, alter ego do Homem de Ferro.

Enquanto Banner trabalha para tentar reproduzir o soro do supersoldado, que teria transformado Steve Rogers no Capitão América, na época da Segunda Guerra Mundial; Pym, acompanhado de sua esposa Janet (que reduz de tamanho até se tornar a Vespa) numa fórmula de crescimento capaz de transformá-lo num verdadeiro gigante.

Na Noruega, Fury tenta, sem sucesso, convencer Thor, um hippie barbudo que se diz um dos deuses da mítica Asgard, a entrar para o projeto, que consome milhões de dólares do governo.

É quando o destino dá uma mão generosa e um corpo é encontrado dentro de um bloco de gelo no oceano ártico - era o bom e velho (porém conservado) Capitão América. E quem melhor que ele para comandar essa equipe?

Positivo/Negativo:
Quando, no começo dos anos 2000, a Marvel decidiu criar a linha Ultimate (Millennium, no Brasil) para repaginar seus principais heróis para uma nova geração de leitores, deu aos autores uma liberdade criativa nunca antes permitida devido às amarras da cronologia do universo tradicional da editora.

Assim, coisas como Peter Parker ser webdesigner e Wolverine transar com a jovem Jean Grey logo que a conhece (e ela já namorava o Ciclope) foram apenas algumas das mudanças que a nova linha proporcionou. Mas faltavam os Vingadores. E Mark Millar e Bryan Hitch foram chamados para o projeto.

O resultado foi, no mínimo, arrebatador. O roteirista situou a trama nos dias atuais, com problemas pertinentes à política das grandes nações, questionamentos do tipo "pra que gastar tanta grana com superseres?" (afinal, não há ameaças para tanto), violência doméstica, personagens cheios de problemas particulares e uma equipe que passa longe do espírito de coalizão dos "maiores heróis da Terra". E fez isso tudo numa trama coesa, com vários subplots que vão se interligando.

Os Supremos, como são chamados, não agem como um grupo. Tampouco são amigos. O negócio é simplesmente fazer o trabalho pelo qual estão sendo pagos, se necessário com muita violência. Uma linha que lembra bastante Authority, não por acaso também já escrita por Millar.

Millar deu uma nova cara para personagens tradicionais. O Capitão América é um casca-grossa; Thor, um riponga que não suporta George W. Bush; Viúva Negra e Gavião Arqueiro parecem saídos de Matrix ; a Vespa é mutante; o Gigante é desequilibrado; Tony Stark tem um tumor no cérebro; e Nick Fury é a cara do ator Samuel Jackson. E nem o mais tradicionalista dos fãs pode reclamar, pois essas alterações de personalidade são elementos vitais na formação do enredo.

A destruição de Manhattan, a Vespa mostrando os seios para o Hulk para chamar sua atenção, o Capitão América chutando a cabeça de Bruce Banner depois que ele volta ao normal, a intervenção de Thor no combate contra os alienígenas, o Gigante dando uma surra na esposa e depois levando uma "lição" do Capitão, o jeito pra lá de truculento de Fury comandar as ações (a passagem com Banner no helicóptero é impagável), o confronto final com os extraterrestres travestidos de nazistas. Estas são apenas algumas passagens memoráveis deste primeiro arco.

E com o desenho preciso de Hitch tudo ganha mais destaque. Ao mesmo tempo em que sua narrativa excelente (preste atenção na diagramação de suas páginas) impele o leitor a virar logo a página, o detalhismo que emprega nas cenas, especialmente de lutas e destruição, "pede" um tempo a mais para observar cada minúcia ali retratada.

Não é à toa que a série ganhou dois longas-metragens de animação (aquém da qualidade das HQs, mas, ainda assim, algo que os Vingadores originais jamais conseguiram) e o segundo volume foi tão ansiosamente aguardado por fãs e crítica. Em sua terceira "temporada", no entanto, Os Supremos muda de mãos: Jeph Loeb assume os roteiros e Joe Madureira, os desenhos. E, apesar de ambos terem bons trabalhos em seus currículos, poucos são os leitores que crêem que eles possam manter o nível imposto por Millar e Hitch.

Na parte gráfica e editorial, a Panini fez um trabalho impecável. Além das versões em capa dura e cartonada, o álbum traz todas as capas, estudos de layouts dos personagens e uma entrevista em que os autores comentam cada uma das 13 edições. Sem dúvida, um álbum digno de Os Supremos, um dos raros materiais recentes de super-heróis que pode ser classificado como um clássico.

Classificação:

4,0

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