Overman – O álbum – O mito
Editora: Devir / Jacaranda – Edição especial
Autor: Laerte (roteiro e desenhos) – Coletânea de tiras originalmente publicadas no jornal Folha de S.Paulo.
Preço: R$ 24,00
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Agosto de 2003
Sinopse
O álbum reúne as tiras do super-herói satírico Overman, às voltas com problemas como pagar o aluguel da pensão que divide com Ésquilo, o vício em fliperamas e as crises existenciais típicas de um cara de seu calibre.
Positivo/Negativo
Antes de abandonar o uso de personagens fixos em suas tiras, Laerte era um profícuo criador de tipos inesquecíveis. Figuras como o Capitão, de Os Piratas do Tietê, Os Gatos, o pessoal do condomínio, até mesmo Deus. E claro, ele, Overman, o mito!
Overman (ou Arturo Morsa, sua identidade secreta) é um super-herói na linha dos defensores da justiça brasileiros – ou seja, um tipinho completamente sacana e egoísta, satírico do início ao fim!
Entretanto, com o personagem, Laerte retomou uma tradição dos quadrinhos de aventura, que foram as histórias seriadas em tiras. Com isso, reunidas no álbum, elas fazem um percurso muito claro: apresentam o herói, seu ambiente e coadjuvantes (o único fixo é Ésquilo, o rapaz que dorme na cama debaixo na beliche da pensão) e partem para a ação.
Nas histórias, ele enfrenta uma kafkaniana metamorfose, o ataque de Pane, que destrói aparelhos com o mero olhar, o Maníaco Flatulento, a crise energética do início de 2001, o vício em fliperama e talvez o maior inimigo de qualquer super-herói: a crise de vendas!
Infelizmente, isso gera um pequeno problema: reunidas, as tiras acabam-se muito rapidamente. A condução que Laerte faz da caótica existência de Overman é, como de costume nos trabalhos do autor, divertida, agradabilíssima, leve e, por isso mesmo, a leitura é curta.
É impossível dar-se por satisfeito com o álbum, 48 páginas é pouco demais para encerrar toda a “vida e obra” de um reluzente membro do panteão nacional dos super-heróis satíricos como Overman. Merecia mais, muito mais!
A condução que Laerte dá às gags e situações é impagável, e casa perfeitamente ao estilo gráfico dele, o qual é quase redundante descrever atualmente. Para aqueles leitores que só conhecem a produção do autor de 2005 para cá, quando ele começou a prezar pelo “desconstrucionismo”, tanto na parte gráfica quanto nos temas, Overman – O álbum – O Mito é um material obrigatório!
Classificação