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Reviews

A Primeira Aventura de Tarzan

17 março 2014

A Primeira Aventura de TarzanEditora Ebal – Edição especial

Autor: Harold “Hal” Foster (roteiro e arte).

Preço: não consta na capa. Atualmente, varia, conforme leilões e vendedores.

Número de páginas: 80

Data de lançamento: Agosto de 1975

Sinopse

Após serem poupados de um motim, lord Greystoke e sua esposa são deixados em uma remota praia da África, onde ela acaba dando à luz o filho do casal.

Mas a dura vida em tais condições leva ambos à morte, e o bebê acaba sendo criado por uma tribo de grandes macacos, para se tornar Tarzan, o rei das selvas.

Positivo/Negativo

“Clássico” talvez seja o adjetivo mais próximo para definir esta obra, mas, ainda assim, o adjetivo empalidece o real significado dela para a História das histórias em quadrinhos.

Esta é não apenas a primeira aparição de Tarzan na arte sequencial, como também a primeira adaptação do romance Tarzan of the apes, de Edgar Rice Burroughs (ou ERB) para os quadrinhos. E, se isso já não fosse relevante o suficiente, a obra é assinada nos roteiros e na arte por um gigante: Harold Foster.

Esta edição em especial ainda traz uma bagagem honrosa de homenagens solenes e ímpares, tornando-a não só clássica, mas épica: foi lançada em agosto de 1975, em comemoração ao centenário do nascimento de Burroughs, homenageando os 25 anos de sua morte, os 40 anos da publicação de Tarzan no Brasil e os 30º aniversário da Editora Brasil-América, a Ebal.

A história foi originalmente publicada nos jornais dos Estados Unidos entre 7 de janeiro de 16 de março de 1929, em exatos 300 quadrinhos (coletados na íntegra aqui) comissionados pela United Feature Syndicate. Depois, foi editada no Brasil no Suplemento Juvenil, com o nome de Tarzan, o Filho das Selvas.

No tocante à adaptação, o roteiro é bastante fiel, transpondo o romance de forma condensada, porém sem alterar eventos ou personagens. Hal Foster preocupou-se em seguir as linhas delineadas por Burroughs, desde o motim no navio, a morte dos Greystoke, passando pela criação do bebê pela Grande Macaca Kala, o encontro com Jane Foster e até o final amargo.

Pode-se chamar o resultado de livro ilustrado em quadrinhos, tamanha a fidelidade e honestidade com o material original.

O artista Hal Foster da época era oito anos mais jovem do que o que viria a ser responsável por sua criação máxima em 1937, O Príncipe Valente, mas já se pode ver em cada quadrinho as marcas registradas durante toda a sua vida profissional: anatomia e sombras precisas, cenas de ação e movimentações dinâmicas, riqueza de detalhes na apresentação dos ambientes, roupas, armas etc. E, claro, a ausência de balões nos painéis. Os textos são parágrafos incorporados à arte, embora aqui ainda apareçam abaixo dos quadrinhos.

A representação de física de Tarzan aqui pode causar estranheza a alguns leitores modernos: ele é mostrando usando uma roupa de pele animal em contraste com a tradicional sunga presente na memória da maior parte do público atual, mas o fato é justificado pela época.

Esta visualização do personagem, juntamente com uma tarja na cabeça, era bastante comum até então graças às capas de seus livros e ao seu primeiro filme, estrelado por Elmo Lincoln em 1918.

A edição brasileira segue o padrão de qualidade costumeiro da Ebal na época, impressa em preto e branco, utilizando papel pardo na capa e de alta gramatura no miolo, mas o tamanho – 18 cm de largura por 25 cm de altura – prejudica o resultado final.

A arte de Foster é por demais rica e detalhada para ser impressa nesse formato, e com um volume de texto sofre uma perda significativa. A escolha mais apropriada teria sido o tamanho álbum, no qual a editora também lançou várias outras histórias de Tarzan.

Esta edição ainda trazia, na contracapa, um card desenhado por Al Williamson e Reed Crandall homenageando Edgar Rice Burroughs e suas criações, além de textos com a bibliografia do próprio ERB e Hal Foster.

Apesar da idade, esta raridade ainda pode ser obtida em sebos especializados ou leilões online e vale cada minuto de busca e centavo despendidos em sua caçada.

Classificação

4,5

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