Superman # 0 - Novos 52
Editora: Panini Comics – Revista mensal
Autores: O menino que roubou a capa do Superman (Action Comics # 0) – Grant Morrison (roteiro), Ben Oliver (arte) e Brian Reber (cores);
A origem das espécies (Action Comics # 0 II) – Sholly Fisch (roteiro), Cafu (arte) e Jay David Ramos (cores);
O fim do começo (Supergirl # 0) – Michael Green e Mike Johnson (roteiro), Mahmud Asrar (arte) e Dave McCaig (cores);
Todo fim tem um começo... (Superman # 0) – Scott Lobdell (roteiro), Kenneth Rocafort (arte) e Sunny Gho (cores);
Protetor das pessoas (Superman Annual # 1) – Scott Lobdell (argumento), Fabian Nicieza (roteiro), Pascal Alixe, Marco Rudy, Tom Raney, Elizabeth Torque e Mico Suiayan (arte) e Blond (cores);
Amigos ausentes (Action Comics # 10 II) – Sholly Fisch (roteiro), Cafu (arte) e Jay David Ramos (cores);
Encontros têxteis (Action Comics # 11 II) – Sholly Fisch (roteiro), Cafu (arte) e Jay David Ramos (cores).
Preço: R$ 10,90
Número de páginas: 132
Data de lançamento: Junho de 2013
Sinopse
A edição é parte do “mês zero” da DC Comics no Brasil, dedicado a histórias fechadas que exploram detalhes das origens de seus principais heróis no contexto dos Novos 52.
Action Comics – Os primeiros dias de Clark Kent em Metrópolis e sua estreia como o aventureiro fantasiado Superman, além da história de um garoto que consegue roubar sua capa indestrutível.
A origem das espécies – Revelações sobre um superser perdido na Terra e as implicações de sua existência.
Supergirl – Os momentos finais do planeta Krypton e da família El, com desdobramentos únicos para a garota que viria a se tornar uma grande heroína na Terra.
Superman – Após realizar experimentos reveladores sobre o destino de Krypton, o cientista Jor-El tem uma notícia diferente: sua esposa Lara está grávida!
Superman Annual – O Homem de Aço confronta o poderoso alienígena Helspont, num jogo mortal que envolve diversos meta-humanos e pode mudar o destino do cosmos.
Amigos ausentes – Jornalistas de Metrópolis se reúnem para prestar suas últimas homenagens ao falecido colega Clark Kent.
Encontros têxteis – Qual será a verdade sobre as camisetas do Superman? É o que prometem revelar os lojistas de Metrópolis para um singelo turista.
Positivo/Negativo
No universo ficcional da DC Comics, os heroicos Superman, Batman e Mulher-Maravilha empenham-se na luta diária contra as forças do mal, num esforço que há de repercutir até os confins da eternidade e além, mas no mundo real a situação é diferente. A editora investe pesado em estratégias de marketing para conquistar e fidelizar novos leitores e ganhar espaço num mercado difícil e competitivo, e seus grandes eventos estão cada vez mais comuns.
Apenas um ano após o grande reboot que “zerou” a cronologia de suas histórias e lançou novas e imprevisíveis direções para seus personagens, a DC apresenta um mês de “edições zero” para todas as revistas da linha de super-heróis, prometendo revelações inéditas sobre suas origens. No Brasil, a importância de Superman # 0 é ainda maior, já que se trata da revista que está nas bancas quando estreia no país o filme O Homem de Aço, dirigido por Zack Snyder e estrelado por Henry Cavill e Amy Adams. Momento perfeito para renovação de público, portanto.
Leitores veteranos devem se lembrar de uma investida semelhante em 1994, logo após a minissérie Zero Hora, quando a DC também lançou “edições zero” de todos os seus títulos. Resta saber é se o conteúdo dos gibis está à altura do barulho.
Para felicidade do leitor fiel e dos novatos, o roteirista Grant Morrison abre a revista com mais uma narrativa inspirada do jovem Kal-El em Metrópolis, dando prosseguimento à sua boa fase com o herói. O escocês prima pela abordagem diferenciada sobre o idealista Clark Kent se virando numa cidade grande para marcar seu lugar no mundo, com o diferencial de ser um dos homens mais poderosos do universo. A cena da partida de videogame com o novo amigo Jimmy Olsen não deixa espaço para dúvidas sobre o potencial de identificação do público com a nova face do personagem, cada vez mais cativante.
E a trama sobre um garoto que rouba sua capa indestrutível é uma das mais diferenciadas do ciclo atual de histórias, que mescla tão bem o lado humano com o fantástico. Ponto positivo também para a bela arte do ilustrador Ben Oliver, bem pouco usual e apreciável. Já nos pequenos contos assinados por Sholly Fisch e Cafu, há passagens contundentes envolvendo a Cidade do Amanhã e seus habitantes, compondo um painel único sobre a nova vida do Superman.
Nas histórias dos títulos Supergirl e Superman, há o foco nos momentos derradeiros do planeta Krypton, com importância devida aos integrantes da família El. A futura Garota de Aço brilha intensamente sob o lindo traço de Mahmud Asrar, sempre sem exageros. Por outro lado, Todo fim tem um começo... marca a entrada da nova equipe de criação formada pelo escritor Scott Lobdell e o ilustrador Kenneth Rocafort enfocando com desenvoltura o casal Jor-El e Lara.
Vale dizer que a trama pode não ser espetacular, mas marca o início de uma nova direção para o Superman, com planejamento a longo prazo e integração maior entre seu universo de personagens, algo que faltou num momento inicial dos Novos 52. Também contribui para isso a presença do editor Eddie Berganza, que retorna ao mundo do kryptoniano após ter supervisionado alguns dos momentos mais impactantes da “Editora das Lendas”.
O traço de Rocafort ao visualizar o planeta condenado chega e lembrar o trabalho de Leinil Francis Yu na magnífica Superman – O legado das estrelas, com a promessa de muitas surpresas num futuro próximo.
Mas nem tudo são elogios. Lobdell e seu velho companheiro dos tempos de X-Men, o irregular Fabian Nicieza, fazem a história mais fraca da revista, que volta a misturar Superman aos conceitos do Universo WildStorm, criado por Jim Lee na década de 1990. A tendência foi notada desde as primeiras sagas dos heróis após o reboot, e não engrena. São atmosferas com pouco em comum, cuja mescla não produziu nada de memorável e quanto antes for esquecida, melhor.
Curioso que as cenas mostrando o cotidiano de Clark Kent são acertadas, e o que compromete mesmo é a participação de Helspont e tantos personagens sem carisma. Com força cada vez maior, ele dá às pessoas um ideal pelo qual lutar, mas gratificante de verdade é ter o Superman mensalmente em boas histórias nas bancas, defendendo o planeta e com todo o potencial do ser humano para o bem. Que essa verdade prossiga indelével com ou sem reboots e eventos mercadológicos, até que todos estejam com ele no Sol.
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