Surpreendentes X-Men 03 - Incontrolável
Editora: Panini Comics - Edição especial
Autores: Joss Whedon (roteiro), John Cassaday (arte), Laura Martin (cores) - Originalmente em Astonishing X-Men # 19 a # 24 e Giant-Size Astonishing X-Men # 1.
Preço: R$ 23,90
Número de páginas: 200
Data de lançamento: Janeiro de 2012
Sinopse
Continuação imediata dos acontecimentos do volume anterior, no qual os X-Men e seus inimigos Perigo e Ord foram capturados pela organização Espada.
Agora, eles são levados ao planeta Grimamundo, onde devem decidir entre evitar a realização de uma profecia apocalíptica ou colaborar para que ela aconteça. E, ainda, tentar salvar a própria Terra de uma retaliação alienígena.
Positivo/Negativo
Incontrolável fecha a trilogia dos encadernados de Surpreendentes X-Men, que se mostra uma obra coesa e muito bem planejada por Joss Whedon.
No primeiro volume, Superdotados, Whedon faz as pazes entre os X-Men e a ideia de serem super-heróis. Eles voltam a adotar os uniformes coloridos, abolidos por Grant Morrison, e tentam construir uma nova imagem perante a sociedade realizando feitos como salvar pessoas de terroristas ou a cidade de monstros gigantes.
Surgem novos vilões, como Perigo e Ord, e há referências a Cassandra Nova, a maligna irmã gêmea de Charles Xavier. É ela a responsável pela suposta traição de Emma Frost no segundo volume, Destroçados.
Whedon trabalha com competência a questão da equipe. Os diálogos são ótimos, cada personagem é muito bem trabalhado e desenvolvido, e têm personalidades bem definidas e funções indispensáveis dentro da trama.
Mas, ao concluir a leitura do terceiro volume, fica a impressão de que toda a série tinha uma protagonista definida: Kitty Pryde.
Ela abre o primeiro volume e apresenta o leitor não familiarizado com a intrincada cronologia mutante aos personagens da equipe atual. Pryde tem um papel crucial ao tentar salvar a equipe no segundo álbum. E encerra sua participação de maneira magistral em Incontrolável.
Além de servir como guia para os novos leitores, Pryde é um vínculo entre os leitores mais velhos e a lembrança de histórias clássicas, escritas nos anos 80 por Claremont e Byrne.
Whedon espalhou diversas referências ao longo de Surpreendentes X-Men que são um deleite para quem acompanhava os personagens na antiga revista Superaventuras Marvel, publicada pela Abril.
E Kitty Pryde parece ser a catalisadora dessas memórias.
Mas Whedon não a expõe como protagonista de maneira escancarada. Scott Summers destaca-se bastante ao longo da trama, assumindo com firmeza o papel de líder, superando limitações, surpreendendo o leitor e talvez a si mesmo.
Fera, Colossus, Wolverine, Emma Frost, todos têm espaço para se desenvolver e se consolidar como personagens maduros. Mesmo a novata Hisako tem uma voz definida dentro da orquestra de Whedon.
O truque de Whedon talvez seja justamente esse: desenvolver tão bem os personagens, torná-los tão simpáticos, que é impossível para o leitor não se importar com eles.
E daí vem a impactante conclusão de Incontrolável. Tudo termina bem, é ficção e, ainda assim, é comovente.
A essência da série é o modo como Whedon trabalha os personagens, mas há outros ingredientes bem atraentes. O ritmo de ação é muito bom e ocorrem diversas e genuinamente surpreendentes reviravoltas na trama. A diversão é garantida.
Vale destacar ainda a constante e ótima arte de John Cassaday, que dá forma às expressões e complementa muito bem a narrativa.
Em Surpreendentes X-Men, Joss Whedon mostra do que são feitos super-heróis: habilidades extraordinárias, bom humor, drama, aventura, companheirismo e, principalmente, altruísmo.
Classificação