Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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Tangências

21 maio 2007

TangênciasEditora: Meribérica - Edição especial

Autores: Miguelanxo Prado (roteiro e desenhos).

Preço: variável (se encontrado em sebos)

Número de páginas: 48

Data de lançamento: junho de 1998 (segunda impressão)

Sinopse

O álbum traz oito histórias mostrando o elã entre homens e mulheres.

São relações amorosas e sentimentais que, por uma razão ou outra, só ocorrem de forma tangencial, imperfeitas e limitadas.

A frase que define este álbum seria: "O que faz com que duas vidas, que em um momento estão unidas com intensidade máxima, acabem se separando?"

Positivo/Negativo

Mais uma obra magistral deste autor que é reverenciado mundo afora, tantos pelos seus roteiros ácidos quanto pelos desenhos maravilhosos. Tangências concorreu ao prêmio Eisner em 1987 por melhor pintura, e apenas olhando pra capa já dá pra entender o porquê.

Os vários tipos de relacionamentos entre homens e mulheres descritos nesta edição têm desfechos bem distintos, seja com um final curioso, trágico, vingativo ou dramático. Todas as histórias são carregadas de realismo e uma intensidade sentimental tão grandes que fazem o leitor "viajar" por elas e criam uma inegável identificação com a obra.

Desta vez, Prado deixa de lado seu humor sarcástico (apesar de aparecer em um diálogo ou outro) e mostra uma visão madura, profunda e quase de cumplicidade das relações tangenciais entre homens e mulheres. E nestas páginas as moças, em geral, estão em posições de poder financeiro ou intelectual.

Apesar de não ser tão bom quanto Traço de Giz, uma das maiores obras do autor, este álbum oferece uma leitura leve, porém intensa, tendo seu ponto alto na última história, Balada de Saxo e Neões, sobre um escritor e sua musa inspiradora, com um final bem diferente dos apresentados em contos de fadas.

Infelizmente, a maioria das HQs de Miguelanxo Prado continuam inéditas no Brasil. Uma pena.

Mas não se pode encerrar sem falar da arte, simplesmente um show à parte. Mesmo numa edição quase monocromática, Prado varia levemente o seu traço a cada história e usa tons de cinza, marrom e ocre e, com essas combinações, cria o clima emocional perfeito para se adequar às tramas. É uma bela leitura.

Classificação

4,0

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