Turma da Mônica – Coleção Histórica # 47
Editora: Panini Comics – Edição bimestral
Autores: Mauricio de Sousa, Reinaldo Waisman, Marcio Araújo, Rubens Kyomura, Robson Lacerda e Rosana Munhoz (roteiro), Mauricio de Sousa, Sidnei Lozano Salustre, José Claudino Gomes, Carlos Alberto Pereira, Olga Ogasawara Yuhara e Júlio César Mauricio (desenhos), Alvim Lacerda, Sergio Tiburcio Graciano, Kazuo Yamassake, Marli Mitsunaga Oyawa, Clarisse Hirabayashi (arte-final) – Originalmente em Mônica # 47 (1974), Cebolinha # 47 (1976), Cascão # 47 (1984), Chico Bento # 47 (1984) e Magali # 47 (1991).
Preço: R$ 29,90
Número de páginas: 240 (somando as cinco revistas)
Data de lançamento: Maio de 2015
Sinopse
Republicação das edições # 47 das revistas Mônica, Cebolinha, Cascão, Chico Bento e Magali.
Positivo/Negativo
Com a edição # 47, de 1974, faltava apenas uma para que Mônica completasse quatro anos de publicação na Editora Abril. Uma experiência que se mostrava tão certa, que a Mauricio de Sousa Produções já havia colocado outro título nas bancas – Cebolinha – meses antes.
O trabalho crescia, mas Mônica ainda guardava muitas semelhanças com seus primeiros números. A maior delas é que Mauricio de Sousa ainda respondia por quase todos os roteiros desta edição e por boa parte dos desenhos. É uma edição autoral, basicamente.
Aqui, Mauricio escreve e desenha Turma da Mônica, Horácio, Piteco e Raposão. Os destaques vão para A Melancia, que dá bom espaço à Magali (e, décadas depois, abriu Magali 50 Anos), a bela trama do Horácio, com uma estrelinha que deve nascer num ovo que ele tenta proteger dos predadores, e Jotalhão e Raposão querendo montar um jornal só de notícias felizes – um tema ainda bastante atual.
Como já acontece há algumas edições, os textos explicativos fazem a justiça histórica de creditar os artistas de cada história (embora não de todas), nos cinco gibis deste volume. Por isso, o leitor sabe de quem são os ótimos desenhos da última história, Cascão a Serviço do Mal: o roteiro de Mauricio é ilustrado por Sidnei Lozano Salustre, o Sidão.
Em Mônica, destaque também para a capa clássica (a dentucinha de patins, pinta um muro com um pincel rolo e suja o Cascão, em uma brecha), que ilustrou também revistas da turma publicadas em outros países.
Cebolinha é de 1976 e já não tem histórias escritas ou desenhadas pelo Mauricio. A edição chama a história principal na capa: O Único, em que um milionário tem um sósia do Floquinho e quer dar um sumiço no “concorrente”.
O destaque, no entanto, vem em Planos, com roteiro de Marcio Araujo e desenhos de Sidnei Salustre: sem inspiração, Cebolinha acaba aceitando as ideias de Mané, o Cabeção, o gênio dos gênios, para derrotar a Mônica.
Cebolinha e o Terror, na verdade, é uma história do Cascão às voltas com um vampiro frustrado porque ninguém mais tem medo dele. Apresenta um humor maluco, mas infelizmente não é creditada. Como também acontece com A Namorada do Cascão, com um desenho mais fofinho, levemente diferente do resto da edição. O texto explicativo desta HQ, aliás, está sem final.
Cascão e Chico Bento, como quem acompanha a coleção sabe, são as únicas das cinco revistas que são exatamente do mesmo período da Mauricio de Sousa Produções: quinzenais, foram lançadas juntas em 1982. As edições # 47 são de 1984 e, assim, têm estilos narrativos semelhantes.
Cascão começa com uma boa história com o Capitão Feio. Com medo da velhice, ele mergulha em uma fórmula que o faz virar um bebê de novo, que acaba sendo cuidado pelo Cascão e pela Mônica.
É interessante notar que, mesmo nem sendo um vilão nesta aventura, o Capitão Feio era representado em um aspecto mais ameaçador e não apenas no bobalhão que as HQs atuais mostram. Uma ótima combinação do desenho de Sidnei Salustre e do roteiro de Reinaldo Waisman.
Mauricio de Sousa volta a aparecer como roteirista na ótima A Decisão, em que o Cascão, numa fração de segundo enquanto uma gota de orvalho está caindo sobre ele, tem uma complexa reflexão se ele deve ou não se deixar ser atingido pela água. Com desenhos de Carlos Alberto Pereira, é uma narrativa ambiciosa, em “câmera lentíssima”, fugindo do tradicional e com um final também muito diferente e meditativo: quatro quadros sem ação alguma.
Chico Bento abre com Larga de Ser Burro!!!, uma previsível versão de Pinóquio, referência que a HQ faz questão (sem necessidade) de deixar clara no final. Não é uma edição memorável, a não ser por Um Ninho de Amor, de Robson Lacerda no roteiro e, de novo, Sidnei Salustre na arte. Muito movimento e o grande começo mostrado do ponto de vista dos passarinhos, que o leitor só fica sabendo na segunda página onde estão.
Uma curiosidade é Socorro!, em que o Papa-Capim ajuda outro índio e este passa a segui-lo se dizendo em dívida de gratidão. A revista Cebolinha deste volume tem uma trama idêntica, protagonizada pelo Cebola e por um cachorrinho salvo por ele. As histórias terminam, inclusive, com a mesma piada.
E, finalmente, Magali, de 1991, tem uma edição mediana, mas que se destaca pelo roteiro de Rosana Munhoz para a história de abertura (Pouco Sal... Mas Muito Açúcar) e os desenhos de Peixinho Apetitoso (sem crédito) e os de Júlio César Mauricio para O Chefe Vem Jantar, que fecha a revista.
Como sempre, uma grande qualidade desta coleção é, a cada número, ter o conteúdo da Mauricio de Sousa Produções em diferentes fases. E este volume está numa ótima média.
Classificação