A última bailarina
Editora: independente – Edição especial
Autor: Guilherme de Sousa (texto e arte).
Preço: R$ 20,00
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Novembro de 2014
Sinopse
Em tempos de apocalipse zumbi, um urso de pelúcia desbocado, uma bailarina sem noção e um unicórnio gay tentam sobreviver.
Positivo/Negativo
A última bailarina é uma história em quadrinhos que junta um ursinho de pelúcia brucutu, uma menina bailarina idiota e um unicórnio homossexual durante o apocalipse zumbi. E tudo isso funciona muito bem!
O cenário apocalíptico de um ataque zumbi, que tem figurado em várias HQs recentemente, se torna mais um motivo para piada no álbum.
Na verdade, tudo vira piada na história. Mesmo várias sendo previsíveis e clichês, elas não perdem a graça, pois são muito bem encaixadas. A sensação é que o leitor está acompanhando uma aventura produzida pelo Cartoon Network (na sua época áurea, de Meninas Super Poderosas, A Vaca e o Frango, Laboratório de Dexter e afins).
O humor ácido e escroto é complementado por muitos palavrões. Isso contrasta com a arte cartunesca, muito colorida, quase infantil, da obra. E, claro, é proposital, para aumentar o absurdo da situação.
A impressão de estar assistindo a um desenho animado que tinha tudo para ser fofo, mas possui boas doses de sangue, tripas e miolos explodidos estabelece o ritmo da leitura.
E assim já se tem uma advertência: este quadrinho não é recomendável para menores de 16 anos, segundo Guilherme de Sousa, o autor.
Os três personagens são bem carismáticos. Fifo, o bichinho de pelúcia de tapa-olho, parece ter saído diretamente do jogo de Playstation Naughty Bears, famoso pela sua violência desmedida entre ursinhos. Há também referências a Wolverine, pois ele está sempre fumando charuto, xingando a cada vírgula que solta e sendo o cara responsável pela porradaria.
Laurita, a bailarina, é uma criança idiota e sem noção. É a responsável pelas enrascadas e por todas as situações problemáticas da história. Não pode ver um bichinho sozinho que já quer adotar e amar para sempre.
No entanto, abobalhada como é, o brinquedo novo logo perde a graça e é largado de escanteio, dando lugar, assim, uma nova vítima da sua afeição, que pode até vir a ser um zumbi!
Graças a isso, Leo, o unicórnio gay, é adotado pela dupla, mesmo a contragosto de Fifo. É dele que sai todo o leque de piadas relacionadas a unicórnios, purpurina, homossexuais e arco-íris. E é maravilhoso! Você pode se pegar dando risadas desconcertantemente altas, principalmente se ler em público.
A narrativa ágil, numa pegada de cinema de ação, dá um timing que complementa a trama e coloca todas as peças no lugar, não importando o quão clichês sejam as situações e os personagens.
Vale atentar para os avisos ao fim do álbum, de que nenhum zumbi foi ferido durante sua produção, sendo estes cedidos pela CCPETZ (Centro de Cuidados, Pesquisa, Estudo e Treinamento de Zumbis) e cumprindo as normas de proteção destes, estabelecidos na Declaração Universal dos Direitos de Proteção aos Zumbis.
Graficamente, A última bailarina não deve nada a álbuns lançados por editoras: tem formato 21,5 x 28 cm, capa cartonada e papel couché no miolo. Mas passaram uns erros pela revisão – fica a dica. A primeira tiragem foi de mil cópias e interessados podem adquiri-lo com o próprio Guilherme de Sousa, em seu blog, ou na loja Korja dos Quadrinhos.
Também é possível encontrar a obra parcialmente na página do autor no Facebook e no tumblr da série.
Classificação