Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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UNIVERSO X

1 dezembro 2012

UNIVERSO X

Editora: Panini Comics - Edição especial

Autores: Jim Krueger (argumento e roteiro), Doug Braithwaite, Thomas Yeats, Jackson Guice, Brent Anderson e Ron Randall (desenhos), Bill Reinhold, Robin Riggs, Garry Leach, John Totleben, Ron Randall, John Romita Sr., Al Milgron, John Stanici, Will Blyberg, Thomas Yeats e Tom Palmer (arte-final), Laura Depuy, Pete Pantazis e Nick Bell (cores) e Alex Ross (capas e conceito) - Originalmente publicado em Universe X # 0 a # 12, Universe X: 4, Universe X: Spidey, Universe X: Cap, Universe X: X, Universe X: Beasts, Universe X: Iron Men e Universe X: Omnibus.

Preço: R$ 160,00

Número de páginas: 712

Data de lançamento: Abril de 2012

 

Sinopse

Depois dos eventos de Terra X, eclodiu uma guerra civil. A morte do embrião celestial no núcleo da Terra levou à repolarização do planeta, ameaçando extinguir a humanidade.

Ao mesmo tempo, a população alterada pela ação das névoas terrígenas dos Inumanos insurge-se contra seus ex-protetores, os super-heróis, que desejam reverter as mutações eliminando as névoas da Terra com a ajuda das Tochas Humanas de Reed Richards.

E, em meio ao caos, uma figura sinistra parece manipular os eventos para atingir seus próprios objetivos.

Positivo/Negativo

Um ano e meio depois de publicar Terra X na íntegra, a Panini lança Universo X, a segunda parte da ambiciosa saga concebida por Jim Krueger e Alex Ross. E, diferentemente da Marvel, que publicou a extensa história nos Estados Unidos em dois encadernados, optou por fazê-lo num único volume.

A decisão foi acertada - apesar do preço bastante salgado, mesmo levando em conta o calhamaço de mais de 700 páginas. Do contrário, muitos leitores poderiam abandonar após o primeiro tomo.

Não, a trama não é uma catástrofe absoluta. Mas a forma como é narrada faz do encadernado uma boa indicação para os insones.

O futuro apocalíptico e as interessantes versões dos personagens desse Universo Marvel alternativo continuam oferecendo bons conceitos para se montar uma saga grandiosa, mas Krueger constrói um roteiro modorrento. Todas as aberturas de capítulos são em páginas duplas repletas de textos que, é fácil notar, seriam perfeitamente editáveis.

E a verborragia excessiva se espalha por quase toda a obra.

Além disso, uma história de super-heróis tão longa precisaria de muitas cenas de ação. E elas até existem, mas quase sempre são interrompidas por interlúdios que tornam a derrubar o pique da narrativa.

Dessa forma, fatores que podiam ser mais bem explorados acabam se perdendo no decorrer da trama. Alguns bons exemplos surgem da metáfora que a saga faz com o Cristianismo - talvez uma influência de Alex Ross, cujo pai é pastor. Sue Richards volta à vida depois que seu marido Reed cede um braço (e não uma costela, como Adão); o Capitão Marvel renascido é uma espécie de Messias, filho de Adam Warlock e Eva (notou os nomes dos pais?); há uma participação importante do demônio Mefisto; super-heróis e vilões que morreram em combate continuam lutando numa espécie de purgatório, como se estivessem expiando seus pecados etc.

No entanto, os desfechos para esses plots decepcionam, com saídas daquelas difíceis de engolir.

Parece incrível, mas as partes de Universo X em que a leitura é mais prazerosa são justamente as edições complementares, que servem de interlúdio para a saga principal.

O jeito é esperar que Paraíso X, ainda sem data de publicação no Brasil, consiga ser mais palatável e menos morosa.

A arte da série, no geral, é boa. Nada no nível de qualidade das capas de Ross, mas os desenhistas mantêm uma média razoável, exceto por Thomas Yeats, cujo traço (com rostos pra lá de mal definidos) não funciona para super-heróis.

Aliás, uma pena a Panini não listar no especial quem são os autores de cada história. É o tipo de informação que só enriquece a obra.

O álbum traz ainda, nas páginas finais, Universo X - Omnibus, com esboços e comentários de Alex Ross para diversos personagens da série.

E é de Ross o texto intitulado Nós não temos vergonha, que encerra a edição. Nessas linhas, o autor admite que ele e Jim Krueger tinham a ambição suprema de fazer todo mundo achar que essa versão do Universo Marvel é a melhor. Não conseguiram! Com o perdão do trocadilho, criaram apenas um Universo... X.

 

Classificação:

4,0

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