Dylan Dog: 30 anos do Investigador do Pesadelo
Em outubro de 1986, os quadrinhos italianos apresentaram ao mundo Dylan Dog, personagem carismático, cujas aventuras, um misto de terror, mistério, humor, sensualidade, ação e o que mais a imaginação de seu criador pudesse conceber, transformaram-no em um fenômeno pop de grandes proporções em seu país de origem.
O culto que se formou em torno de seu nome não diminuiu com o fim do Dylan Dog Horror Festival, que era realizado anualmente e que ganhou uma espécie de revival em setembro passado, com o Dylan Dog Horror Day.
O Investigador do Pesadelo, que agora completa 30 anos de vida editorial, foi criado pelo roteirista Tiziano Sclavi para a Sergio Bonelli Editore à imagem e semelhança do ator Rupert Everett, um galã inglês como Dylan Dog.
Mas as referências a personalidades do mundo real não param aí. O toque de humor nonsense das histórias surreais do herói é garantido por seu fiel parceiro de aventuras e diálogos hilários Groucho, o tagarela e simpático (ou chato, dependendo do ponto de vista) personagem inspirado, em nome e visual, no mais famoso dos Irmãos Marx, comediantes norte-americanos célebres na TV e no cinema dos anos 1920 a 1950.
No Brasil, apesar dos elogios da crítica e das manifestações de muitos leitores em favor da permanência do título nas bancas, a revista Dylan Dog não alcançou o sucesso esperado. Depois de estrear no País pela Record, em 1991, e durar apenas 11 edições de linha e dois especiais, o gibi voltou em 2001 pela Conrad, numa série curta de seis números.
Em 2002, o personagem parecia que, finalmente, consolidaria um merecido sucesso no Brasil, ao retornar às bancas pela Mythos. Mas duas premiações consecutivas no Troféu HQ Mix, como melhor publicação de terror de 2004 e 2005, além da marca recorde de 40 edições brasileiras, não impediram mais um cancelamento de Dylan Dog.
O ex-policial da Scotland Yard, que se livrou do distintivo e do álcool para investigar casos sobrenaturais por conta e risco próprios, deixou, além de saudades, uma gama de histórias que, a despeito de tantos adjetivos que possam ser a elas conferidos, podem ser traduzidas em uma única palavra: inteligentes.
Porém, os fantasmas, monstros alienígenas, criaturas abissais e até a Morte (ela mesma, em foice e osso) não devem ficar tranquilos, pois o Investigador do Pesadelo continua ativo não apenas no mercado de quadrinhos da Itália, mas também de vários outros países, sempre tocando seu clarinete e tentando terminar de construir a velha maquete de um galeão espanhol.
Fica a esperança de que as instigantes aventuras em preto e branco do herói do sobrenatural aportem de novo nas bancas brasileiras.