100 BALAS - ATIRE PRIMEIRO, PERGUNTE DEPOIS
Autor: Brian Azzarello (roteiro) e Eduardo Risso (desenhos).
Preço: R$ 8,90
Número de páginas: 80
Data de lançamento: Maio de 2007
Sinopse: Primeiro volume da premiada saga 100 Balas, que reúne as três edições iniciais da revista original, nas quais surgem alguns elementos marcantes da série, como o agente Graves e a pasta com as 100 balas não rastreáveis.
Positivo/Negativo: A nova edição 100 Balas, sob comando da Pixel Media, é, na verdade, a terceira vez que a série é publicada desde o começo por aqui.
Primeiramente, quem trouxe a saga de Brian Azzarello e Eduardo Risso foi a Opera Graphica, que publicou a revista em edições individuais até o número # 36 e depois optou pela continuidade em álbuns caracterizados pelo alto padrão gráfico, baixas tiragens e preços elevados. Nesta segunda etapa, relançou o começo da saga em encadernados.
Portanto, a Pixel decidiu colocar a revista com tiragens maiores e preços menores e - o mais importante - distribuída nas principais bancas de jornal, para que um maior número de fãs pudesse ler a apreciar a obra máxima de Brian Azzarello e Eduardo Risso.
O resultado disso é o primeiro volume de 100 Balas, compilando o arco Atire Primeiro, Pergunte Depois, publicado originalmente em 100 Bullets #1 a #3.
A trama narra a vida de Dizzy, uma jovem chicana da periferia que foi presa devido à sua ligação com gangues. Enquanto estava na cadeia, seu marido e seu filho foram assassinados brutalmente.
Assim que ela sai da prisão, é procurada por um homem, o Agente Graves, que oferece a ela uma maleta com uma arma e 100 balas impossíveis de serem rastreadas.
Além disso, o misterioso agente fornece também o nome dos homens que mataram sua família. Tudo isso para que ela possa ter sua vingança.
A partir daí, tem-se uma história dramática de sofrimento e consciência de Dizzy. O texto de Azzarello explora com perfeição a humanidade da garota e seu convívio com o meio que a cerca, ou seja, as ruas. Os diálogos são bem articulados, com destaque para a expressividade realista de todos os personagens.
Os desenhos de Eduardo Risso são estranhos à primeira olhada, mas, quando
o leitor se acostuma, percebe que o argentino é um excelente narrador
de histórias. E sua arte casa perfeitamente com o roteiro de Azzarello.
Mais um detalhe interessante sobre 100 Balas é que, com sua narrativa e ambientação mais realistas, a série revolucionou o selo Vertigo, que estava viciado nas histórias com uma temática mais no gênero de fantasia, graças ao grande sucesso de Sandman e outros títulos.
Um detalhe que passou despercebido pela Pixel, mas que pode ser enriquecedor: como Eduardo Risso comentou em sua entrevista ao Universo HQ, em 2002, na primeira história, "nas páginas que transcorrem dentro de um trem, quando vi o roteiro, pensei: 'Isso é muito chato para o leitor'. Assim, coloquei ali uma ação com um personagem que aparece no final de Jonny Double (nota do UHQ: primeiro trabalho do desenhista com Azzarello). Ele se encontrava em Chicago, desfrutando o dinheiro que havia roubado, quando foi assaltado. Eu o coloquei na parte gráfica, e quando Alonso e Azzarello viram, disseram: 'Uau! Não tínhamos imaginado isso!'".
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