1602 # 4
Autores: Neil Gaiman (roteiro), Andy Kubert (desenhos) e Richard Isanove (arte-final).
Preço: R$ 5,00
Número de páginas: 64
Data de lançamento: Agosto 2004
Sinopse: "Go west, heroes!" Estas são as palavras de ordem para os heróis Marvel, versão século XVII.
No século XIX, o pensador francês Alexis de Tocqueville escreveu que na América os problemas ditos sociais (como desemprego) eram resolvidos com a expansão da fronteira para o oeste.
Agora, anos depois (ou melhor, "antes", já que a minissérie se passa no século XVII), Neil Gaiman usa o conceito com propriedade ao mandar os heróis da Europa corroído pela intolerância para a promissora América.
Na trama, Fury faz o que tem que ser feito (como sempre), os Quatro do Fantásticko e os Sanguebruxos não perdem tempo, e Strange tem que lidar com outro tipo de perda.
Enquanto isso, na América do Norte, revelações assustadoras são feitas sobre o passado, presente e futuro do nosso planeta. Todos os segredos são revelados enquanto o fim do mundo se aproxima.
Positivo/Negativo: Chega ao fim um dos mais inteligentes e interessantes lançamento das HQs neste início de século XXI. Essa viagem ao passado e origem dos Estados Unidos vai marcar a memória de uma geração que, com o tempo, realizará as conexões entre o estudo da história e o enredo desta minissérie.
Devido ao alto nível dos três primeiros episódios, que vinha num crescendo, este quarto e derradeiro número tem um gosto doce e amargo: a expectativa era alta demais e alguma decepção haveria de ocorrer...
A "crise do tecido da realidade" apresentada nas edições anteriores ganha explicações e soluções por demais resumidas e pouco emocionantes.
É claro que todo discurso filosófico-científico do Sr. Fantástico, versão século XVII, é uma saborosa viagem pouco comum em HQs vindas do EUA,mas a razão propriamente dita da crise que permeia toda esta aventura beira o risível.
Não será revelado nesta resenha o porquê da crise ou mesmo qual herói Marvel está diretamente envolvido para, mais uma vez, não estragar o prazer dos que lerão está aventura de um fôlego só.
No entanto, é preciso destacar que os personagens habitantes do edifício Baxter, mais Stephen Strange (Dr. Estranho) e Nick Fury são aqueles que melhor se encaixam no conceito deste corajoso lançamento da Panini. O Demolidor é o herói que sofreu a mais radical e interessante transformação, o que não pode ser dito sobre o Homem-Aranha e o Hulk.
No final da edição há um quadro comparativo entre a versão contemporânea dos heróis e a dita medieval... O quê? Calma, ninguém aqui ficou louco. A Idade Média termina com o
Renascimento, ou seja, por volta do século XV, mas há em 1602 características do mundo medieval, como, por exemplo, a superstição e o fatalismo.
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