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Reviews

20th Century Boys # 6

20th Century Boys # 6Editora: Panini Comics – Revista bimestral

Autor: Naoki Urasawa (roteiro e arte).

Preço: R$ 10,90

Número de páginas: 216

Data de lançamento: Setembro de 2013

Sinopse

Kanna vive em Neo-Tóquio, onde lida com problemas decorrentes da violência urbana. Seu bom coração faz com que ela se envolva em um misterioso assassinato e volte para a mira do Amigo.

Positivo/Negativo

O Amigo venceu. Quando olhado em retrocesso, era óbvio que a turminha de Kenji não teria a menor chance. Eles eram completamente inábeis, egoístas e inocentes demais para vencer um oponente que fazia uma escalada ao poder de maneira quase milagrosa, utilizando-se de maneiras exclusas. Mas a narrativa da história sempre deixou o leitor criar esperança de que vitória era possível.

Agora, o amigo controla o Japão com mãos de ferro. Não há liberdade de expressão e a violência urbana toma conta das cidades. Apesar disso, o mundo aparenta estar em paz.

Neste novo mundo, Kanna, que se torna a protagonista da trama e a última esperança de derrotar o Amigo, tenta sobreviver sem chamar muita atenção.

A garota vive só na cidade na cidade de Neo-Tóquio, depois de ter fugido da casa de sua tia adotiva Yukiji, único membro da turminha de que o leitor tem notícias. Ela se envolve em um misterioso caso de assassinato, cuja única testemunha foi um travesti que frequentava o restaurante em que trabalhava.

É nesse ponto que a edição dá uma escorregada. O envolvimento da protagonista com um misterioso assassinato foi o chute inicial da saga, quando seu tio Kenji começou a investigar a morte de seu amigo Donki, deixando ao leitor uma sensação forte de déjà vu.

Apesar da repetição da trama, o caso serve para mostrar que o mundo dominado pelo Amigo não está bem. A violência das gangues está por toda parte, a polícia é um órgão corrupto e, aparentemente, a situação financeira da população não anda muito boa.

É também nesta edição que o leitor descobre o paradeiro de outro membro da turma. Começando por Xogum, que está preso em uma ilha-prisão-campo de concentração. Lá, ele virou uma espécie de lenda por passar mais de dez anos na solitária e continuar vivo. E em um lugar em que todos têm seus nomes trocados por números, o cara recebeu a alcunha de numero “três”, levando a crer que tenha sido a terceira pessoa a ser presa naquele lugar.

Mas ainda restam muitas dúvidas: onde estão Kenji e os outros? Por que Yukiji não está presa? O que teria acontecido na noite do ano novo sangrento?

Os familiares flashbacks da revista não são tão frequentes nesta edição, aparecendo somente uma vez pra mostrar um dia de 1969, quando, na entrada da aula, a turma discute um filme assistido na noite anterior. Este trecho traz um alívio no mangá, por apresentar rostos familiares e situações mais amenas.

Este também é o momento em que o recurso de fazer o paralelo da narrativa, tão utilizado em todas as edições anteriores, transcende a revista e se torna transmídia. Durante o flashback, os amigos estão discutindo o filme Fugindo do inferno, de 1963, no qual prisioneiros do regime nazista tentam escapar de uma prisão, situação vivida por Xogum em 2014.

O final da edição deixa em aberto não só a questão da fuga, mas também um fio de esperança para o leitor, já que Xogum sempre foi o único membro da turma com alguma habilidade.

Apesar da escorregada na trama, a edição mantém seu bom padrão narrativo. A arte, por sua vez, segue a qualidade das edições anteriores. Com o glossário que vem desde a primeira edição, a Panini continua o bom trabalho editorial. A única crítica a ser feita neste número é a ausência de uma tradução para o kanjin da camiseta de Kana, pois, como vem sendo mostrado desde o começo, nada aqui é usado de maneira gratuita e sem intenção.

Classificação

4,0

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