7 IRMÃOS # 1
Título: 7 IRMÃOS # 1 (Panini
Comics) - Minissérie em duas edições
Autores: John Woo (argumento), Garth Ennis (roteiro) e Jeevan Kang (arte).
Preço: R$ 5,90
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Agosto de 2007
Sinopse: Em 1423, uma expedição chinesa fez uma viagem de circunavegação. Nela, estava o feiticeiro Fong, que fecundou uma nativa em cada colônia criada pela expedição em sete partes diferentes do mundo.
Agora, a jovem Rachel Kai reuniu os sete descendentes do feiticeiro. Juntos, eles precisam deter o Filho do Inferno.
Positivo/Negativo: 7 Irmãos é a minissérie que deu origem à Virgin Comics, o braço de HQs da multinacional de Richard Branson - que opera desde lojas de discos até linhas ferroviárias, mas sempre com foco em entretenimento (por exemplo: seus aviões têm a melhor programação de filmes a bordo).
A Virgin surgiu com uma característica especial: a união entre o mercado norte-americano e os estúdios indianos de HQs. Há colaborações que ensaiam ir além da simples prática de offshore. Em 7 Irmãos, por exemplo, a arte é de Jeevan Kang, que já tinha feito a versão indiana do Homem-Aranha.
Outra peculiaridade é o aval de celebridades. Enquanto esta minissérie
foi produzida a partir de um conceito criado pelo diretor de cinema John
Woo, Mulher-Serpente é de Shekhar
Kapur (do filme Elizabeth). Ramayana - O Renascimento, anunciado
como o próximo lançamento, tem participação do picareta (e best-seller)
da auto-ajuda Deepak Chopra, que é sócio da editora.
Ao mesmo tempo, quadrinhistas conhecidos como Alex Ross, Mike Carey e Andy Diggle criam suas histórias. E há outros: em 7 Irmãos, as capas são de Yoshitaka Amano (Sandman - Os Caçadores de Sonhos) e Greg Horn.
Aqui no Brasil, junto com Mulher-Serpente, 7 Irmãos marca a estréia brasileira do selo, mais um que fica sob o guarda-chuva da Panini. As duas fazem parte do selo Versão do Diretor, que indica a participação de cineastas na concepção.
A história tem um começo emblemático - ainda mais quando a editora faz questão de levantar uma bandeira de empresa global. A informação inicial passada pela revista é que não foi dos europeus a primeira viagem de circunavegação, e sim dos chineses. É uma premissa interessante para um universo ficcional, calcada inclusive em estudos recentes sobre as expedições marítimas orientais.
O problema é que, logo em seguida, a trama cai num clichê: sete irmãos, cada um com um superpoder diferente, tentarão salvar o mundo de um feiticeiro cruel. Como o primeiro número da minissérie não vai muito além disso, fica difícil de saber se haverá algo marcante pelo caminho.
Por enquanto, o roteiro de Ennis decepciona - e não fica nem à altura da boa arte de Kang, que mistura pintura com traços bem finos de nanquim.
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