A ARTE DA GUERRA # 1– O NASCIMENTO DO IMPÉRIO CHINÊS
Editora: Conrad Editora
Autor: Ko Woo-Young (roteiro e arte).
Preço: R$ 29,90
Número de páginas: 208
Data de lançamento: Setembro de 2010
Sinopse
Conheça a história da China antiga, que, por meio de sangrentas batalhas, imperadores fascistas e duradouras dinastias, traz à tona o pior do ser humano.
Personagens caricatos e fatos inverossímeis trazem humor e leveza a essa trajetória histórica do país que se tornou uma das principais economias do mundo atual.
Positivo/Negativo
A Conrad sempre demonstrou apreço pelos quadrinhos orientais. Além de mangás como Dragon Ball, Cavaleiros do Zodíaco, Vagabond, Gen - Pés Descalços e muitos outros, publicou também diversos manhwas - como são conhecidos as HQs sul-coreanas. E pintaram por aqui série como Angry, Ragnarok, Gui - O guerreiro fantasma e Model.
A arte da guerra veio para complementar essa seleção. A obra apresenta o nascimento do império chinês, como o próprio subtítulo explica. É uma viagem histórica que conta em detalhes a chegada e derrocada de dinastias e clãs que governaram e unificaram todo o território do maior país do Oriente.
Com disputas políticas, antológicas batalhas de época, construção da muralha chinesa, regimes totalitários e fascistas - que pregavam a abolição do estudo e de intelectuais para facilitar a dominação da massa -, este título explora o pior lado humano quando se disputa o poder.
A leitura é agradável e sucinta, devido à diagramação em forma de tiras. E a pluralidade de temas e personagens explorados ao longo do título ganham destaque por mesclar passagens verídicas com imaginárias.
Como em qualquer narrativa passada antes de Cristo, fatores fantasiosos costumam dar o tom às histórias, o que muitas vezes só reforça o significado pretendido. É o caso dos dragões que, reza a lenda, apareciam junto de certas pessoas; ou sonhos simbólicos tidos como verdadeiros presságios sobre o futuro.
A dinastia Qin, controlada pelo maquiavélico imperador Qin Shi Huang, serve como pano de fundo para discutir a sociedade feudal nas 200 páginas deste álbum. Cruel e temido, Huang é um prato cheio para explorar o típico burguês que teme o povo e é capaz de tudo para manter-se no poder.
Ao longo das páginas, o leitor conhece aquele que tomará seu lugar, Liu Bang, um imprestável e bêbado camponês que faz do carisma seu charme. Ele dará início à dinastia Han, que perdurará por 400 anos no Império Chinês.
Todos esses nomes e governos são apresentados em textos introdutórios dos docentes do Departamento de Letras Orientais da USP. Obrigatório e indispensável o uso desses artigos para quem não desconhece a história chinesa.
É importante dizer que o autor, Ko Woo-Young, cria narrativas baseadas em acontecimentos históricos com humor, adicionando fatores modernos - como o trator na construção da muralha ou as conversas telefônicas da mulher do imperador.
Nascido na China, Woo-Young foi viver Coreia do Sul, onde começou sua carreira como cartunista e ganhou destaque ao criar uma versão local do Mickey Mouse. Falecido em 2005, ele se tornou um dos principais representantes do manhwa.
Este é o primeiro de oito volumes da série, uma epopeia narrada por mais de 1.600 páginas de quadrinhos.
Aliás, a arte de Woo-Young parece evidenciar o desgaste do projeto como um todo. Prevendo que iria fazer mais de mil páginas, seus retratos e paisagens se assemelham a rascunhos. O preto e branco utilizado reforça ainda mais essa ideia, mas, ao final, os tons dão um contraste interessante no projeto, evidenciando o traço característico do autor.
Como a China é um dos países emergentes que mais cresce economicamente (elevando seu PIB de 10 a 15% trimestralmente), este lançamento veio no momento certo. Afinal, provavelmente atrairá curiosos sobre a cultura oriental e estudiosos em busca da formação histórica, que poderão adotar os livros da série como base.
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