A CABEÇA É A ILHA
Autor: André Dahmer (roteiro e desenhos).
Preço: R$ 39,90
Número de páginas: 144
Data de lançamento: Junho de 2009
Sinopse: Coletânea de tiras
Positivo/Negativo: Antes de tudo, é preciso avisar André Dahmer faz um humor pesado e moralmente repulsivo. Se o leitor procura uma leitura para escapar do caos do dia a dia, é melhor passar longe deste livro.
Isso porque, em vez de proporcionar algum tipo de escapismo, Dahmer mergulha o leitor num mundo de corrupção, suicídio, drogas e desesperança. As tiras desta terceira coletânea do artista possuem apenas um ponto em comum: o clima pesado, permeado por um humor que, às vezes, chega a ser cruel.
São várias séries juntas, muitas delas autobiográficas, como Minidahmer, que mostra um homem desiludido com a vida, imerso no álcool e desanimado em continuar seu trabalho.
Ulisses e seu amor por Rebeca garantem sorrisos culpados - afinal, como não rir da desgraça alheia? E esse clima de "culpa" continua da primeira à última página. Sara, a sofrida é quase triste, de tão real.
Alone é uma crítica disfarçada. Um náufrago faz o papel das classes mais baixas e expõe as agruras das classes média e alta. 2035 mostra um futuro sombrio, em que o mundo foi devastado pela ganância do homem.
Enfim, cada tirinha escancara algum hábito da sociedade que passa todos os dias na frente de todas as pessoas, mas ninguém consegue (ou tem coragem para) reparar.
Os desenhos de Dahmer podem ser divididos em duas categorias: tosco e extremamente tosco. Assim, não existe nem a mais remota referência a qualquer tipo de beleza artística em A cabeça é a ilha.
As 144 páginas do são tão ácidas, que devem ser digeridas lentamente.
Classificação: