A ESCRAVA ISAURA
Editora: Ática - Edição especial
Autores: Ivan Jaf (roteiro) e Eloar Guazzelli (arte), adaptando o texto original de Bernardo Guimarães.
Preço: R$ 24,90
Número de páginas: 72
Data de lançamento: Setembro de 2010
Sinopse
A escrava branca Isaura, atormentada pelo seu amo Leôncio, foge para lutar pela sua liberdade e começar uma nova vida. E sob uma nova identidade inicia um romance com um rico fazendeiro.
Mas seu antigo "dono" não pretende deixar as coisas assim.
Positivo/Negativo
A Ática emplacou três adaptações em quadrinhos de clássicos da literatura brasileira no PNBE - Programa Nacional Biblioteca da Escola/PNBE 2011: O Cortiço, Memórias de um Sargento de Milícias e O Guarani.
Ou seja, todos os quadrinhos que a editora lançou em 2009, no selo Clássicos brasileiros em HQ, foram adquiridos por este programa governamental de incentivo à leitura. E isso elevará as tiragens a patamares que não seriam atingidos somente com a venda nas livrarias em alguns anos.
Por isso, não é à toa que a Ática continue investindo nessas adaptações. E tem feito isso com bastante competência. Este A escrava Isaura, por exemplo, é uma leitura absolutamente agradável.
Muito em função do roteiro conciso de Ivan Jaf. A cada trabalho desse gênero que faz (ele foi também o responsável pelos três acima mencionados), o autor parece pegar mais o jeito de transmitir o conteúdo da obra original, sem carregar as páginas de texto, o que torna a leitura mais fluida.
E os desenhos de Guazzelli contribuem bastante para isso. É bem verdade que há pouca variação de enquadramentos e que muitos dos quadrinhos carecem de cenários, mas, como isso acontece nas páginas em que o texto sugere uma leitura mais veloz, é algo perdoável. Além disso, merecem destaque as belas aquarelas e as cores sóbrias, que ajudam a retratar o clima de época.
No entanto, também é preciso dizer que seus traços "soltos" e sem tanto detalhamento podem não ser tão atrativos para o leitor (quase) leigo em quadrinhos, que é justamente o que recebe obras como esta nos PNBEs da vida.
Editorialmente, é nítido que a Ática mira os programas governamentais de incentivo à leitura. As páginas finais do livro trazem uma biografia dos autores, um "making of educativo" sobre o processo de feitura da adaptação e curiosidades históricas sobre costumes e cenários da obra de Bernardo Guimarães.
Há apenas um deslize, justamente nesses textos complementares: na página 70, a mesma informação é descrita no primeiro e no terceiro parágrafos, de forma diferente. Nada que diminua os méritos desta adaptação, uma das melhores já produzidas no Brasil.
Fica agora a torcida para que a Ática passe também a investir em outros gêneros de quadrinhos.
Classificação: