A ESTRELA BRANCA - PROTEGER OS INOCENTES?
Título: A ESTRELA BRANCA - PROTEGER OS INOCENTES? (Pop
Balões) - Revista online
Autores: Fabio Sliachticas (texto, arte-final e cores) e Adriano Batista (desenhos).
Preço: gratuito
Número de páginas: 10
Data de lançamento: Março de 2006
Sinopse: Sharon MacCain é a líder das Thunder Eagles, um grupo especial do governo norte-americano. Na aventura, narrada pelo oficial responsável pelo caso, ela tenta resgatar 36 reféns de um bando de terroristas.
Positivo/Negativo: Antes de tudo, ao falar de uma HQ online, é importante pensar no rumo que os quadrinhos tomarão nos próximos anos - e de que forma a indústria vai se apropriar da internet como veículo de difusão.
Hoje, a troca de reproduções digitais - os scans - proliferam. São muitas vezes cópias ilegítimas das revistas (nacionais ou estrangeiras), com ocasionais traduções para o português de material não-publicado por aqui.
As editoras também publicam previews com algumas páginas de seus materiais. E, entre as majors, a Marvel está em seu segundo projeto de adaptar algum material para a internet.
Os criadores de quadrinhos raramente experimentam as possibilidades da web. Mesmo quando vão publicar na rede, fazem como se o suporte fosse o papel. Não é errado, até porque a internet tem uma grande capacidade de disseminar informação. Mas é como usar um computador como máquina de escrever.
A série A Estrela Branca está sendo publicada na internet, mas é pensada para o papel. Até mesmo o tamanho da página emula o formato americano - o que obriga o leitor a passear com o mouse pelas barras de navegação do browser. Bem que os autores poderiam pensar em algo mais apropriado para a rede - e usá-la de forma mais inteligente.
Deixando de lado os aspectos formais, o segundo número de A Estrela Branca repete erros e acertos da primeira história.
Mais uma vez, a protagonista não tem um passado claro nem contexto - e sua dureza não é justificada na história, o que resulta em uma personagem pouco desenvolvida.
Tudo bem que há outros personagens parecidos, e bons, à primeira vista. O Juiz Dredd seria um exemplo. Mas o policial inglês tem um contexto: ele é uma paródia a outros durões e está inserido num cenário de humor. Ao menos a narração do Capitão Wozniak garante um texto coeso e com bom fluxo de leitura.
O traço, ainda que atraente e bem elaborado para o gênero, tem um limite: ele é um pastiche das criações da Image. E a caracterização de Sharon MacCain - musculosa, com um pequeno traje baseado na bandeira norte-americana - reforça isso.
E, ainda que a história seja bem-resolvida e seus autores se mostrem capazes de fazer uma boa HQ, falta uma peça-chave à série: originalidade.
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