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A ESTRELA BRANCA: SEGREDOS

1 dezembro 2006


Título: A ESTRELA BRANCA: SEGREDOS (Pop
Balões
) - Revista online
Autores: Geraldo F. dos Santos (texto), Adriano Batista (desenhos) e Fabio Sliachticas (arte-final e cores).

Preço: gratuito

Número de páginas: 9

Data de lançamento: Fevereiro de 2006

Sinopse: Uma mulher ferida é perseguida nos esgotos e relembra os momentos que a levaram até aquela situação.

Positivo/Negativo: A Estrela Branca é a primeira incursão do site Pop Balões na publicação de quadrinhos online. A história é nitidamente decalcada dos comics norte-americanos.

O roteiro tem uma certa engenhosidade que, auxiliado pela arte e pelas cores, consegue criar duas linhas de tempo simultâneas. Enquanto a personagem se vira num combate nos esgotos, o leitor vai tentando entender o que a motivou a brigar com uma mulher totalmente armada num túnel fétido. A estrutura é bem concebida e consegue dar conta de separar com clareza as linhas narrativas.

O problema é que as partes em flashback entregam pouco da história. Parece que o roteirista quis fazer mistério, errou a mão e escondeu demais o jogo. Encerrado o primeiro episódio, o leitor percebe que a situação da protagonista é grave. Mas não tem um motivo para ficar ávido para esperar pela continuação, simplesmente por não saber o que está acontecendo. Ela é mocinha? Bandida? Uma anti-heroína? Uma terrorista? Está a serviço de quem? Luta por quais causas? Ou, ao menos, qual é o nome dela?

Enfim, não há um ponto de identificação do personagem com o leitor. E, em uma narrativa, identificação é o que gera catarse. E catarse é pegar o leitor pelo cangote e fazê-lo amar a série e ler até o mais amargo fim.

A arte é competente. Tem momentos piores, quando o traço fica meio Image, com mulheres exageradamente musculosas, e outros que são bem bacanas, quando vai pra um lado mais leve, clássico mesmo, evocando caras divertidos como Kevin Maguire.

Além disso, a HQ tem outra limitação: se é online, podia tentar criar algo na forma de apresentação, em vez de simular duas páginas de comics. Tudo bem que alguns leitores estão se acostumando a baixar histórias escaneadas da internet, mas é tão legal pensar em tudo que uma publicação digital permite, que não dava para não dar esse toque.

A internet impactou todas as mídias. Os jornais se transformaram em centrais de difusão de notícia on time e seus principais repórteres ganharam blogs. Livros foram escritos ao vivo na rede e tiveram suas páginas vertidas para formatos como HTML e PDF. Os CDs foram ameaçados pelos MP3, que permitiram que o mundo todo trocasse música em discotecas virtuais, como o Napster e o Kazaa. O cinema e a TV se aproveitaram para divulgar seus produtos - o caso mais famoso é o de A Bruxa de Blair, lançado em um site - e agora, na era do Bittorrent, começam a sofrer o mesmo problema de difusão gratuita que os CDs.

Mas os quadrinhos ainda são os mesmos, embora não precisem. Nem a Marvel, que vem tentando achar um formato para os seus webcomics há anos, parece ter achado a solução definitiva. Arriscar um pouco mais aqui e tentar adaptar a história pro meio em que será publicada seria uma oportunidade de ouro, tanto para o Pop Balões quanto para os autores que colaborarem com o site.

 

Classificação:

4,0

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