A ILHA DO TESOURO
Editora: Salamandra - Edição especial
Autores: David Chauvel (roteiro) e Fred Simon (desenhos), sobre a obra de Robert Louis Stevenson - Originalmente em L'ile au trésor.
Preço: R$ 43,90
Número de páginas: 144
Data de lançamento: Outubro de 2010
Sinopse
A vida do adolescente Jim Hawkins muda totalmente no dia em que um ex-pirata colérico se instala na hospedaria de seu pai.
Eles se tornam amigos, mas o velho lobo do mar morre pouco depois. Então, Jim descobre, na arca do pirata, o mapa de um tesouro pertencente ao famoso capitão Flint. A caça ao tesouro vai começar. E os problemas também...
Positivo/Negativo
Em 2009, a Salamandra passou a publicar no Brasil a coleção Ex Libris, da editora francesa Delcourt, que adapta grandes clássicos da literatura mundial para os quadrinhos. Começou com os excelentes Frankenstein e Robinson Crusoé, ambos selecionados para o PNBE - Programa Nacional Biblioteca da Escola em 2011.
No ano passado, lançou As aventuras de Tom Sawyer, bem inferior aos anteriores, e este A ilha do tesouro, que torna a elevar o nível do selo.
Apesar de, em algumas páginas, exagerar na quantidade de texto em recordatórios e balões, apenas repetindo o que a imagem mostra, o roteiro do francês Chauvel é bastante fiel à obra de Stevenson. E o principal: mantém o clima de aventura e perigo que permeia toda a narrativa.
Com direito a várias reviravoltas. Há passagens em que o leitor se vê na figura do jovem Jim Hawkins. Tanto que a leitura flui numa tacada só.
Na arte, o seu compatriota Fred Simon pode não brilhar, mas dá conta do recado. Seu traço tem um quê de caricato e todos os rostos são bastante parecidos, porém sua narrativa é competente. Usando o modelo mais "certinho" da escola europeia, com vários quadros por página (só há duas splash pages, encerrando capítulos), ele dosa o ritmo da aventura com precisão. Destaque ainda para o seu bom trabalho de cores.
Entretanto, no aspecto editorial, o livro apresenta alguns problemas.
Na página 15, um personagem diz "...aproxime-se de minha mão direita", mas ele está com a esquerda estendida. Na 60, há um retângulo branco "cortando" a arte do penúltimo quadrinho. Na 74, no sexto quadro, há um problema num balão em que há um personagem no meio do texto - em vez de a leitura continuar na mesma linha, ela "desce" para depois "subir" para o outro lado (veja imagem).
Além disso, em várias páginas o texto "vaza" de balões e recordatórios, o que, visualmente, chega até a comprometer a arte.
A ilha do tesouro pode não ser brilhante, mas é um legítimo representante do bom quadrinho europeu. Tomara que a Salamandra invista mais nesse nicho, trazendo para o Brasil também materiais que não sejam adaptações literárias.
Classificação: