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A SAGA DE LUCAS # 1

1 dezembro 2005


Título: A SAGA DE LUCAS # 1 (Nona
Arte
) - Revista online mensal
Autores: André Diniz (roteiro e desenhos).

Preço: gratuito

Número de páginas: 11

Data de lançamento: 2004

Sinopse: As pedras de Ica - Lucas, o aventureiro picareta de 199 anos, atende ao chamado de seu sobrinho-tataraneto Caio e vai a Petrópolis.

Caio está escrevendo a biografia de seu pai, desaparecido há 20 anos. Lucas, única testemunha de seu sumiço, narra a história, que levará o leitor ao Peru, numa corrida em busca das pedras de Ica.

Positivo/Negativo: O personagem Lucas é a união de dois clichês bastante comuns no mundo da ficção: o espertalhão e o aventureiro. Some-se a isso a idade absurda (199 anos) e o gosto de André Diniz pelos "mistérios insondáveis da humanidade", e surge um misto de Allan Quatermain (o visual e as aventuras), Connor MacLoud (os "anos de experiência" e o misticismo) e Manda-Chuva (a malícia, a tranqüilidade, o sorriso permanente no canto da boca). Sem dúvida, um personagem interessante, que abre um vasto leque de possibilidade de boas histórias.

Mas não é o que acontece neste primeiro número da nova fase de A Saga de Lucas (anteriormente, foram publicadas algumas edições no fanzine Informal e no próprio site da Nona Arte). A história é monótona, estática e cansativa, atributos que não deveriam fazer parte de um aventura.

A linha narrativa é toda assentada nos diálogos. É balão em cima de balão, alguns com sete, oito, nove linhas de texto. Em certas passagens, os personagens não parecem estar conversando entre si, e sim intercalando explicações ao leitor. Os cenários são praticamente inexistentes, os enquadramentos são todos os mesmos, com Lucas e os demais retratados em closes, chapados, sem profundidade.

Os desenhos são duros, travados e beiram a infantilidade. Se, em algumas cenas, isto dá aos personagens um ar engraçado, na maioria das vezes, porém, limita a expressividade da história, fazendo ainda mais com que ela seja uma refém do texto.

Este, por sua vez, é escrito num português excessivamente formal, em descompasso com o pretenso estilo "largado de ser" do protagonista. Além disso, este excesso provoca alguns erros gramaticais, com ênclises onde o correto seria o uso de próclises.

De positivo, destaque para a cor, não por ser um primor, mas pelo uso atribuído a ela, com cada lugar sendo retratado com um tom diferente (compensando, em parte, a ausência de cenários) e algumas piadinhas engraçadas, que ajudam o leitor a se identificar com Lucas.

A Saga de Lucas - As Pedras de Ica peca por ser limitada em termos narrativos, tornando cada quadrinho uma continuação do anterior. Espera-se mais deste personagem.

Classificação:

4,0

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