ADOLF #1
Título: ADOLF #1 (Conrad
Editora) - Série bimestral
Autor: Osamu Tezuka (texto e arte).
Preço: R$ 27,90
Número de páginas: 264
Data de lançamento: Abril de 2006
Sinopse: Durante as Olimpíadas de Berlim, em 1936, o jornalista japonês Sohei Toge encontra seu irmão morto em um quarto de hotel na Alemanha pré-Guerra. Aos poucos, descobre que o rapaz era um militante comunista - e que seu assassinato envolveu o grande segredo das origens judaicas de Adolf Hitler.
No Japão, caberá a dois meninos, um filho de padeiros judeus e um filho de diplomata nazista com uma japonesa, ambos chamados Adolf, lidarem com a descoberta e com a própria amizade, que contrasta com a polarização de uma sociedade que vê o ódio aflorar em todo o mundo.
Positivo/Negativo: Imediatamente depois de concluir Buda, a Conrad inaugura mais uma série de Osamu Tezuka, o maior quadrinhista da história do Japão - e um dos principais do mundo. Mais uma vez, não se trata de um de seus títulos mais populares, como Astro Boy, e sim um menos conhecido e bastante ímpar na carreira do autor.
Adolf, que terá cinco volumes, é provavelmente a obra mais realista de Tezuka - no traço, menos arredondado e com cenários mais contidos, e também na própria história.
Não há robôs nem seres com poderes fabulosos, apenas pessoas com grandes histórias para serem contadas. Mas isso não quer dizer que seja uma trama menor: a genialidade de Tezuka, como sempre, está lá.
O Deus do Mangá, como é chamado no Japão, criou uma história profunda, com diversos níveis narrativos. Num deles, o mais evidente e que serve de fio condutor, está a história de amizade entre dois meninos chamados Adolf, que sobrevive apesar das diferenças sociais e culturais do entorno de cada um.
Além disso, há Sohei Toge, que se apresenta como narrador da história no começo do primeiro capítulo. Também existe um mundo dos adultos, com a conspiração e as pressões a respeito do segredo das origens judaicas do terceiro Adolf, o próprio Hitler.
Por fim, há como pano de fundo a chegada de Hitler ao poder e toda a tenebrosa perseguição aos judeus. O cenário, no caso, ajuda a incrementar a dramaticidade, uma característica de Tezuka.
A série, que já é um dos principais lançamentos do ano, ganhou mais uma vez um belo tratamento por parte da Conrad. A edição, no mesmo formato de Buda, tem papel de qualidade, orelhas e uma bela capa, com uma foto de Hitler no fundo e bolas com cenas do mangá envernizadas.
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