ADOLF #4
Título: ADOLF #4 (Conrad
Editora) - Série bimestral
Autor: Osamu Tezuka (texto e arte).
Preço: R$ 27,90
Número de páginas: 240
Data de lançamento: Dezembro de 2006
Sinopse: Neste volume, a Segunda Guerra Mundial atinge seu auge e quase chega ao seu final.
No Japão, em 1941, o grupo ligado a Toge sofre várias perdas para fazer com que a carta que revela as origens judaicas de Hitler seja preservada e divulgada.
Na Europa, chegou o ano de 1944. Adolf Kaufmann começa a perder poder na hierarquia nazista - desestabilizada com inúmeras derrotas recentes na Guerra. O jovem acaba transferido para os campos de concentração. E os fantasmas dos judeus mortos começam a persegui-lo.
Positivo/Negativo: O mangá Adolf fica mais intenso na medida em que a Segunda Guerra se aproxima de seu final. Afinal, a carta secreta que conta as origens judaicas de Hitler ainda não foi divulgada, mas cada desgraça causada pelo nazismo, e elas não são poucas, dá uma angústia: "E se eles já tivessem divulgado o conteúdo, essa atrocidade teria sido impedida?".
Fato é que Hitler mexe na vida de muito mais gente que os seus dois xarás. Nos cinco capítulos dedicados ao Japão, vê-se um país cujos modelos históricos de repressão se somam à influência ditatorial germânica. Nada é permitido, nem mesmo abrir um restaurante de culinária alemã, que é visto pelas autoridades como um símbolo de desperdício em tempos de guerra.
A carta que desmoraliza o grande ditador poderia dar um fim à desgraceira, mas os personagens que querem divulgá-la são perseguidos na trama dramática de espionagem que se desenrola no Japão. O cerco é grande a quem luta pela liberdade.
Depois de contar o que rola no oriente, os capítulos finais mudam de foco e são dedicados a Adolf Kaufmann. Neles, Tezuka tira o foco da história da carta, que aparece em segundo plano. O documento até é citado pra ligar as duas tramas paralelas, mas a idéia principal é mostrar ao leitor como Kaufmann retoma sua humanidade, corrompida pelo nazismo, na medida em que o regime começa a decair e o Führer perde o controle da situação.
Sem o usual tom humorístico que sempre permeia suas histórias (mesmo as dramáticas, como Buda, têm momentos engraçadinhos), Tezuka escreve um romance tenso e extremamente bem articulado intrinsecamente e também com a História da Segunda Guerra. E, pra manter esse nível, a edição da Conrad é quase impecável - tem só um errinho de digitação na página 54, quando se lêem "todo (e não 'todos') os Adam de Kobe".
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