A chegada da Alice de Tim Burton aos cinemas gerou uma nova alicemania: baralhos, cadernos, roupas, a menina criada por Lewis Carroll inspirou tudo o que se pode imaginar.

As livrarias foram tomadas de lançamentos. Só o livro original ganhou uma versão de bolso, outra com ilustrações clássicas, outra com trabalhos do artista Luiz Zerbini e até uma porção de Alices góticas (nessas, Burton tem seu quinhão de culpa).

Os quadrinhos não ficaram atrás. A On Line lançou uma adaptação do filme, a Mad fez uma paródia e até a Turma da Mônica Jovem entrou na onda. Lá fora, Leah Moore, John Reppion e a brasileira Erica Awano estão publicando uma adaptação dos livros.

Mas, no Brasil, a única adaptação em quadrinhos que segue o texto original é esta versão em mangá de Sakura Kinoshita.

E é uma edição pra lá de divertida.

Alice não é a menina de Carroll, mais calada e curiosa. Pelo contrário: aqui, fala pelos cotovelos. Ou melhor, é toda irrequieta. Muda de roupa e cabelos a cada capítulo.

O roteiro em si não chega a ter nada de inesperado: é uma versão de Alice com uma boa pegada de mangá - leve, ágil, com pequenas sacadas por todos os cantos.

Já a arte merece destaque, pois é bonita e divertida demais. Segue o estilo mais típico do mangá, com olhos grandões, roupas escalafobéticas para a visão de um ocidental e muita, muita expressividade.

Só que é preciso levar em conta que não só a autora é uma exímia desenhista, mas também que a história é toda colorida. E isso quer dizer que o visual da HQ é um barato!

Mais uma vez, a NewPop acerta. De novo, traz para o Brasil um mangá que une apelo com qualidade. Zelosa, sem se atirar em muitas séries de longa duração, a editora tem emplacado títulos muito bacanas - e esta Alice é um belo acréscimo ao catálogo da casa.