ALIENS – EARTH ANGEL
Editora: Dark Horse - Edição especial
Autores: John Byrne (roteiro e arte) e Matt Webb (cores).
Preço: US$ 2,90
Número de páginas: 24
Data de lançamento: Agosto de 1994
Sinopse
Década de 1950. Época das lanchonetes drive-thru fervilhando de adolescentes, do surgimento do Rock'n'Roll, dos arruaceiros motorizados e usando jaquetas de couro e tantos outros ícones populares de uma cultura memorável.
Os anos dourados expressaram a voz da juventude como nunca antes.
Nos arredores de uma pequena cidade norte-americana, um ÓVNI cai no meio de uma floresta. Dois adolescentes resgatam o corpanzil do estranho piloto da nave - cujo rosto encontra-se coberto por um tipo de parasita pereópode - e o levam à residência do médico local.
No entanto, o alienígena não é o único visitante do espaço.
Positivo/Negativo
Ícone do gênero da ficção científica, há quase 20 anos a criatura Alien estrelou esta curta história em quadrinhos roteirizada e ilustrada por John Byrne, um dos grandes nomes dos comics.
Aqui, o artista canadense teve seu primeiro (e único) trabalho publicado dentro da vasta mitologia do perigoso monstro de sangue ácido - mitologia que foi estendida em uma gama de HQs e romances ao longo dos anos, sempre sob a batuta da Dark Horse, além dos próprios filmes solos ou em conjunto com a raça inimiga dos Predadores.
A história começa com a queda de uma espaçonave, abrindo uma grande clareira em meio aos bosques suburbanos. Um casal que passava ali perto testemunhou o acontecimento, foi até o local e retirou um alienígena humanoide dos destroços, antes de o fogo consumir tudo e destruir evidências.
Preso à cabeça da criatura, uma estranha carapaça cobria o seu rosto. Pouco tempo depois, eventos catastróficos tomam lugar na narrativa, fazendo o médico local e sua família lutarem pela sobrevivência.
Um detalhe interessante é que, justamente na última página, o doutor revela sua identidade. Tal acontecimento liga-o diretamente à saga original cinematográfica, como um dos ascendentes de Ellen Ripley, a heroína da quadrilogia de filmes.
Outro ponto a se comentar é a anatomia da criatura. Um pouco modificada do que se costuma ver, mas não impossível devido à morfologia variante que tal espécie pode apresentar em seu nascimento, seja cientificamente tratada ou dependendo do hospedeiro - como consta nos filmes Alien - A Ressurreição (1997) e Alien vs. Predador 2 (2007).
Com um texto simples e uma narrativa descomplicada, o que agrada mesmo é arte. John Byrne já não estava nos seus áureos tempos quando à frente da prancheta em X-Men, Quarteto Fantástico, Superman e tantos outros super-heróis nos idos anos 1980. Ainda assim, seu traço conservava muito do seu estilo clássico.
Linhas curvadas e leves dão o tom à trama, com boa dose de versatilidade em tomadas de ângulos nas cenas. Talvez a arte-final esteja mais suja do que de costume, principalmente um pouco depois da metade, mas nada que desmereça o bom trabalho.
O grande momento de seu lado desenhista está na ótima capa, que facilmente poderia ser encaixada como uma página dupla dentro da revista.
Importante notar também à referência presente no título: Earth Angel é o nome de um hit musical do grupo The Penguins, que fez bastante sucesso na década na qual se passa esta história.
Sendo uma das raríssimas aventuras do universo de Alien ambientada no passado da Terra, esta é uma divertida dica de leitura para os cinéfilos e amantes das criaturas babonas de H.R.Giger.
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