Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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ALMANAQUE DOS HERÓIS - COMANDADOS POR SUPERMAN

1 dezembro 2004


Autores: Diversos, a maioria não creditada.

Preço: Cr$ 20,00 (preço da época)

Número de páginas: 120 (em preto-e-branco, capa dura, formato 27 x 32 cm)

Data de lançamento: 1949

Sinopse: Um típico almanaque anual da Ebal, muitos personagens em histórias curtas.

Nesta edição foram publicadas histórias de: Amazona dos Cabelos-de-Fogo, Batman, Capitão Audaz, Falcão da Noite, Freddy e Nancy, Joel Ciclone, Kionga, ZX-5, Sheena, Slam Bradley, Super-Homem e Tigrana.

Positivo/Negativo: Os grandes almanaques da Ebal são um marco dos quadrinhos brasileiros. Por serem, em geral, lançados próximos às festas de natal e ano novo, eram festejados e esperados pelos fãs dos quadrinhos da época. Era comum virem acompanhados de brindes e cupons para sorteio, e muitos traziam inscrições de boas festas ou feliz natal nas capas. Realmente, eram edições especiais.

A personagem Sheena, a primeira e mais famosa garota das selvas, assim como o espião ZX-5, foi criação dos estúdios de Eisner & Iger, para a editora Fiction House. Entretanto, a história da heroína é assinada por W. Morgan Thomas, um dos muitos pseudônimos utilizados por Will Eisner.

Em 1936, os dois resolveram abrir um escritório para vender desenhos para outras editoras. Contudo, o único artista da companhia era Will Eisner, e nenhuma companhia passaria trabalho para um estúdio que tivesse apenas um desenhista.

Então, Eisner criou vários pseudônimos. Iger, que era o administrador do escritório, procurava as editoras informando a todos que a companhia tinha cinco desenhistas. Mais tarde, outros foram se somando ao "time", entre os quais merecem destaque Bob "Batman" Kane e Jack "quase todo mundo" Kirby.

A fama de Will Eisner cresceu e se solidificou no inicio da década de 1940, quando criou o personagem Spirit, em plena proliferação dos super-heróis. O artista seguiu um caminho diferenciado e revolucionou para sempre a mídia das HQs, não só por criar um personagem sem superpoderes (eles já existiam aos montes), mas pela forma inovadora com que foi apresentado.

Eisner, inspirado no expressionismo alemão, usou técnicas de iluminação e enquadramentos que até hoje são consideradas de vanguarda.

Nos anos 70, não satisfeito com as inovações de formato, criadas por ele décadas antes, Eisner passou a influenciar e criar conceitos para a mídia das HQs. Termos como "arte seqüencial" e "graphic novel", amplamente aceitos e difundidos até hoje, foram cunhados pelo velho mestre.

Agora, voltando ao Almanaque, ele foi concebido com 12 histórias, uma para cada mês do ano. A página de abertura de cada aventura contém um calendário de um dos meses de 1949, a informação do signo do zodíaco referente àquele período, bem como a cor, o perfume, a flor e a pedra.

Há ainda uma pequena ficha com informações sobre o protagonista da história. Entre os dados disponibilizados, a indicação de em quais revistas o personagem já havia sido lançado no Brasil, e o título da aventura em que aparecera.

A edição é primorosa, capa dura (com uma arte belíssima do brasileiro Antônio Euzébio), miolo costurado, impresso em rotogravura com tinta sépia e preta. As histórias, claro, nada tem a ver com os enredos e motivações de hoje, são simples e impregnadas com o ar dos anos 30 e 40. Muitos dos heróis aqui mostrados foram esquecidos, outros alcançaram níveis de fama nunca antes atingidos por um personagem de ficção.

Este é uma dos mais raros almanaques da Ebal, pois a presença do Super-Homem e do Batman na capa, fez com que fosse avidamente disputado por colecionadores. É muito difícil encontrá-lo em sebos ou lojas especializadas.

Esta é uma das revistas que os colecionadores guardam naquela gaveta ou prateleira separada para as preciosidades.

Classificação:

4,0

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