Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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ALMANAQUE DOS SUPERAMIGOS

1 dezembro 2004

Autores: Superamigos - Nelson Bridwell (roteiro) e Alex Toth (desenhos);

Liga da Justiça - Gardner Fox (roteiro), Mike Sekowsky e Sid Greene (desenhos).

Preço: Cr$ 20,00 (preço da época)

Número de páginas: 66 páginas coloridas (formato 26,5 x 36 cm)

Data de lançamento: 1977

Sinopse: Robin conduz os aprendizes de super-heróis e membros juvenis dos Superamigos, Wendy, Marvin e o Cão Maravilha, para rever seus mentores e conhecer alguns membros da Liga da Justiça com os quais eles nunca atuaram.

No salão da justiça, além da clássica primeira formação dos Superamigos (Super-Homem, Batman, Robin, Mulher-Maravilha, Aquaman e os membros juvenis), estão presentes Eléktron, Gavião Negro, Tornado Vermelho, Lanterna Verde, Arqueiro Verde, Homem-Elástico e Canarinho.

Após divertidas apresentações com as costumeiras trapalhadas de Marvin e do Cão Maravilha, o Super-Homem começa a narrar uma aventura insólita que aconteceu com a Liga.

Missão: Prendam a Liga da Justiça - Para ajudar o Arqueiro Verde, que se meteu numa misteriosa encrenca, os heróis da equipe decidem usar o uniforme do Arqueiro e esperar para ver quem os ataca. Um grupo de bandidos, liderados pelo Mestre do Materioptkon, desenvolve uma engenhoca que muda a aparência das pessoas.

Um a um, os heróis vão sendo vencidos e, por se assemelharem aos verdadeiros criminosos, acabam presos. Ironicamente, a Liga é salva pelo Arqueiro Verde, que desliga o aparelho, fazendo com que os heróis voltem aos seus aspectos originais.

A Liga da Justiça, agora atuando em grupo e reforçada pela Mulher-Maravilha, que não podia se vestir de Arqueiro e por Snapper Carr, que estava em Porto Feliz, enfrenta os supercriminosos, uma luta de final previsível.

Enquanto isso, na Sala de Justiça... Os heróis mostram a Wendy, Marvin e ao Cão Maravilha, estátuas de alguns companheiros que esporadicamente auxiliam a equipe: Metamorfo, Homem-Borracha, Sargon, Supermoça, Maga, Mera, Mulher-Gavião e Batmoça.

Numa cena pra lá de tosca, o Cão Maravilha, com a "tradução de Marvin", usa mímica para fazer uma pergunta e se esborracha no chão. Isso faz o sorridente Batman lembrar de outra aventura.

O Caso da Incapacitada Liga da Justiça - O heróis mais poderosos do universo visitam um hospital para crianças com necessidades especiais. Imaginando que elas gostariam de vê-los em ação, o Lanterna Verde prepara um engodo, transformando Batman num horrível Monstro de oito pernas.

Já no hospital, as crianças ficam eufóricas com a visita e pedem demonstrações de poder. Começa a encenação, o Super-Homem diz estar vendo o QG da Liga sendo atacado por um horrível monstro de oito pernas, enquanto os pequenos pacientes assistem a tudo, numa projeção criada pelo Lanterna Verde, a Liga "corajosamente" vai defender seu Quartel General.

O que os heróis não esperavam é que o vilão Mestre das Energias, tivesse chegado antes e alterado a mente e os poderes da Fera de oito pernas. O Batmonstro derrota a Liga, deixando o Super-Homem cego, Flash com uma perna só, Arqueiro Verde sem braços e o Lanterna Verde gago...

Os heróis terão que buscar inspiração nos jovens do hospital a quem foram visitar, vencer suas limitações e tentar derrotar o vilão. Alguém duvida de qual será o final?

De volta a Sala de Justiça... as trapalhadas dos aprendizes de heróis, os tradicionais e hilários comentários de moral da história...

Positivo/Negativo: Se você é daqueles leitores que não gosta das esquisitices da DC pré-Crise nas Infinitas terras, jamais procure esta revista num sebo. Mas se quiser dar boas gargalhadas, consciente de que é tudo fantasia e que num mundo onde existem seres tão fantásticos a noção de ridículo se perde, então vá à caça e, se der a sorte de encontrar, leia, divirta-se e seja feliz.

Esse grupo de Superamigos foi a versão para TV (desenho animado) feita pela Hanna-Barbera (com copyright da National Comics) da famosa Liga da Justiça.

Houve várias formações (muitas publicadas pela Ebal). Além dos personagens oriundos dos quadrinhos foram adicionados outros criados exclusivamente para a série de desenhos animados: Chefe Apache, El Dorado, Giganta, Samurai e Vulcão Negro. Vários nomes foram trocados e/ou adaptados. Por isso, é comum encontrar denominações distintas em suas encarnações televisivas.

Muitos personagens participaram dos Superamigos, nas várias séries produzidas pela Hanna-Barbera, nem sempre com os nomes pelos quais os aficionados por HQs os conhecem: Aquaman, Batman, Robin, Chefe Apache, Cyborg, El Dourado, Flash, Gavião Negro (Homem Águia), Lanterna Verde, Mulher-Gavião (Mulher Águia), Mulher-Maravilha, Samurai, Super-Homem, Nuclear (Tempestade) e Vulcão Negro. Além, claro, dos aprendizes de super-heróis Wendy, Marvin, e dos supergêmeos e suas respectivas mascotes Cão Maravilha e Gleek, que também eram considerados membros da equipe.

Na segunda história, a intenção dos autores, seguramente, foi valorizar e estimular crianças portadores de necessidades especiais, mostrando-as como pessoas tão capazes quanto quaisquer outras. O leitor precisa levar em consideração que a revista foi escrita em outros tempos e sob outros valores. Assim, algumas expressões utilizadas, podem, hoje, ser consideradas depreciativas, mas não foi essa a intenção dos artistas.

Com o advento da superexposição na TV, foram necessários alguns ajustes na composição de personagens apresentada nos quadrinhos. Muito além de seu tempo, Toth adicionou heróis de múltiplas etnias e com grande diversidade cultural (Chefe Apache, indígena; El Dorado, Latino; Samurai, asiático; Vulcão Negro, afro-americano). Não obstante, houve muitas criticas à forma como estes personagens foram retratados.

Cada episódio era acompanhado de noções de bom comportamento e de alerta contra atitudes que poderiam ser nocivas às crianças. A noção tão difundida na última década, de usar mídias alternativas como recurso educativo, já era usado com mestria. E para esse fim foram incorporados à equipe personagens mais jovens, com os quais os telespectadores facilmente se identificavam: os aprendizes de super-heróis.

A presença de Marvin, Wendy, Zan e Jayna proporcionava o mote para que os Superamigos explicassem a moral da história contida em cada episódio.

Para uma história em quadrinhos/desenhos animados dos anos 70, os Superamigos tratavam de vários assuntos polêmicos, comportamento, moral, costumes, variedade cultural e até sobre pessoas com necessidades especiais.

Infelizmente, cada povo tem seus códigos de comportamento, seus costumes e cultura própria. E o desenho foi concebido pela ótica de um país e apresentado em vários outros. Seduzindo e ensinando as crianças do mundo a gostar de determinado estilo de vida, aquele dos super-heróis. As criticas são muitas.

Os diálogos, os desenhos de fundo, a caracterização dos personagens e a composição e narrativa visual das páginas feitas pela dupla Bridwell e Alex Toth, são muito superiores àquelas feitas por Fox, Sekonwssky & Greene.

O almanaque traz ainda um texto de dez páginas ricamente ilustradas, nas quais Alex Toth mostra detalhadamente como se produzia, naquela época, um desenho animado.

Para fechar a edição com chave de ouro, uma autobiografia de Alex Toth e um pôster com os Superamigos originais.

Os chatos de plantão podem até torcer o nariz, mas é docemente irônico o fato de Bridwell & Toth retratarem os Superamigos contando histórias insólitas da Liga da Justiça.

Classificação:

4,0

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