ALMANAQUE FANTASMA 40 ANOS
Título: ALMANAQUE FANTASMA 40 ANOS (Rio Gráfica e Editora) - Edição especial
Autores: Lee Falk (roteiro) e Ray Moore e Wilson McCoy e Sy Barry (desenhos).
Preço: Cr$ 18,00 (preço da época)
Número de páginas: 80
Data de lançamento: 1976
Sinopse: Edição comemorativa dos 40 anos do personagem contendo duas histórias. A primeira, Guerra no Oriente, é historicamente significativa, pois nela o herói se envolve diretamente nos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, ao combater um batalhão do exército japonês que havia aportado na Costa de Bengala.
A segunda, A Estrela de Bengala, era inédita e mostra o Fantasma lutando contra uma série de malfeitores que haviam roubado um fabuloso diamante descoberto por um ancião no meio da selva.
A edição traz ainda textos sobre o Fantasma e reproduz capas do Globo Juvenil, em que foi publicada Guerra no Oriente, na década de 1940. A ilustração da capa é de autoria do artista brasileiro Walmir Amaral.
Positivo/Negativo: O Brasil viveu, nos anos 70, um boom de quadrinhos clássicos das décadas de 1930 e 1940, que até hoje não foi suplantado. Datam daquela época as edições de luxo da Ebal, como os álbuns de Flash Gordon, Mandrake, Jim das Selvas, Tarzan e Príncipe Valente, título ao qual a Opera Graphica vem dando continuidade.
A Rio Gráfica, atual editora Globo, também publicou alguns clássicos em suas publicações regulares: o Gibi Semanal, o Almanaque do Gibi Nostalgia e o Gibi Especial. Este último com edições dedicadas a um único personagem e que, entre outros, trouxe algumas obras-primas como Ferdinando e os Shmoos, de Al Capp; The Spirit, de Will Eisner; e a primeira aventura de Nick Holmes, de Alex Raymond.
Entre as edições comemorativas lançadas pela RGE destaca-se este Almanaque do Fantasma 40 Anos, de 1976.
A revista tem formato tablóide e lombada quadrada, no mesmo tamanho do Almanaque do Gibi Nostalgia, que, aliás, já publicara em sua edição número 1 a aventura de estréia do Fantasma, Os Piratas Singh.
A Guerra no Oriente é formada pelas tiras diárias publicadas originalmente de 2 de fevereiro de 1942 a 9 de janeiro de 1943, com o nome The Phantom Goes to War. Os autores se utilizaram de todos os clichês possíveis na caracterização dos nativos negros, mas principalmente, dos vilões japoneses, o que era perfeitamente compreensível naquele tempo. Afinal, como inimigos reais dos Estados Unidos na Segunda Guerra, era natural que os nipônicos fossem representados como seres sádicos, estúpidos e de forma caricaturesca.
Essa foi a última história ilustrada por Ray Moore para o Fantasma antes de partir para o serviço militar, e nela já se nota a predominância do traço de seu assistente Wilson McCoy.
Moore só voltaria a desenhar as aventuras do personagem em 1945, em colaborações esparsas até deixar de vez de desenhar alguns anos depois. Guerra no Oriente, que durou quase um ano, é a mais longa aventura do Fantasma já publicada.
Já A Estrela de Bengala reúne as tiras datadas de 1º de dezembro de 1975 a 5 de março de 1976, todas assinadas por Sy Barry, embora o artista contasse com vários auxiliares.
É uma aventura banal, sem nenhuma passagem excepcional a registrar, mas que serve perfeitamente para se comparar a diferença de estilo e de narrativa de duas fases bem distintas da série.
Como complemento, a edição traz um interessante artigo do estudioso italiano Ernesto G. Laura, que analisa o Fantasma sob o aspecto sócio-político e faz menção à aventura Guerra no Oriente.
O almanaque reproduz ainda textos que haviam sido publicados na edição número 2 do Gibi Especial, também editada pela Rio Gráfica no ano anterior, com a segunda aventura do Fantasma, Os Piratas do Céu.
Um dos textos conta a história do personagem; o outro, a biografia de seus autores e um terceiro faz uma interessante abordagem sobre o erotismo nas relações do herói, tanto com Diana Palmer quanto com as irresistíveis vilãs. Ele é o Fantasma, mas, pelo jeito, tem um sangue bem quente nas veias.
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