Tem de tudo nesta edição. HQs boas, fracas, tocantes, sem diálogos, didáticas...

A primeira, além de ser uma das melhores da revista, traz uma cena que chega a surpreender nos quadrinhos atuais da Turma da Mônica.

Imagine o desenho de uma bela mulher, loira, corpo escultural e... nua.

A imagem, que mostra uma linda moça branca (criada pelos índios) tomando banho no rio com os seios à mostra e as partes inferiores mal escondidas na água, não tem nada de mau gosto e faz parte da bonita narrativa - que versa até sobre preconceito racial - acerca de como nasceu Jaci, como é chamada a Lua pelos índios.

De qualquer forma, o quadrinho não deixa de ser espantoso para os padrões adotados pelos gibis de Mauricio de Sousa nestes tempos em que imagens ou textos publicados nas HQs da Turminha são "avaliados" pelos chatos de plantão.

Seja como for, é louvável que A lenda da feia criança banca tenha sido republicada nesta coletânea sem nenhum tipo de censura.

E isso vale ainda para Guerreiro invencível, que também mostra - logo no primeiro quadro - uma índia seminua.

Com aventuras originalmente publicadas nos anos 1990 e 2000, este almanaque tem outros destaques, como O inimigo, com o Papa-Capim numa bela lição para os adultos sobre não evolver as crianças nos problemas pessoais de gente grande; Um almoço pra Tupã, em que o indiozinho fica triste porque o deus de sua tribo parece não aceitar suas oferendas; e De fininho, com Tarugo, uma HQ de apenas duas páginas, mas com um final tão infame que arranca boas risadas.