ALMANAQUE TEX # 18
Autores: Mauro Boselli (roteiro), Aldo Capitanio (desenhos) e Claudio Villa (capa).
Preço: R$ 7,40
Número de páginas: 228
Data de lançamento: Julho de 2003
Sinopse: Matador! - A família Montoya manda e desmanda no Estado de Sonora, México, sob o olhar complacente das autoridades e aterrorizado da população. A ira de Dom Enrique Montoya é deflagrada quando sua única filha, Elvira, se apaixona pelo jovem e famoso toureiro Rafael Guerrero, e dele engravida.
O patriarca da família envia, então, seus três filhos homens, Augusto, Lope e Rico, no encalço de Rafael. Eles estão dispostos a qualquer coisa para se vingar do jovem, a quem consideram indigno de desposar sua irmã, porque ele tem sangue índio nas veias.
A Cólera dos Montoyas - Tex Willer e Kit Carson são envolvidos na confusão, no papel de obstáculos à concretização da vingança dos Montoya contra Rafael Guerrero e Elvira Montoya.
Em meio a perseguições, tiroteios e lutas, são revelados surpreendentes detalhes do passado de Dom Enrique Montoya, bem como da sua enigmática relação com Santiago, o Valete de Espadas do jovem toureiro.
Cabe aos rangers, na companhia do velho amigo Montales, fazer a família Montoya pagar pelos seus inúmeros crimes e salvar as vidas de Rafael e Santiago da ira incontida dos Montoya.
Positivo/Negativo: Tex Almanaque é um título que surpreende pela regularidade. Em suas páginas sempre há a certeza de encontrar, no mínimo, boas histórias. No entanto, com freqüência os leitores são agraciados com belas surpresas, como a edição # 7, o épico El Muerto, e esta edição # 18.
Mauro Boselli tem uma concepção de Tex bastante diferente daquela de G. L. Bonelli e, principalmente, da de Cláudio Nizzi. O seu ranger é menos centralizador, a ponto de sugerir a Carson que se separassem, mesmo sabendo que o que os aguardava, em qualquer dos caminhos que tomassem, era provavelmente a morte.
Além disso, o Tex boselliano - pasme! - não é imune a tiros, e é trespassado por uma bala nesta edição, algo extremamente difícil de se ver!
Quanto ao artista, Aldo Capitanio, qualquer tentativa de descrever sua arte esbarrará na falta de palavras para fazer jus ao seu domínio de enquadramento, narrativa, luz e sombra e, principalmente, ao seu acuradíssimo trabalho de pesquisa da arquitetura mexicana, das vestimentas dos toureiros, das paisagens, dos cavalos, enfim... trata-se de um mestre sem igual.
Capitanio é detalhista a ponto de conseguir que três personagens, o patriarca Dom Enrique Montoya; Montales, o oficial dos Rurales; e o "camelo velho" Kit Carson, apesar de compartilharem inegável semelhança física, sejam inconfundíveis pelos detalhes das expressões e posturas. Um desenhista menos talentoso certamente os retrataria a partir do mesmo "molde", sem tanta preocupação em diferenciá-los a esse ponto.
O desenhista desta edição faleceu logo após concluir a obra e foi uma perda lamentável no mundo de Tex, pois tornara-se um dos mais badalados, mesmo tendo feito apenas três histórias do ranger (Tex Gigante # 2 - O Soldado Comanche, Almanaque Tex # 3 - Rio Selvagem e esta aventura), justamente por seu detalhismo na caracterização dos personagens e das paisagens.
A história é empolgante, dinâmica, angustiante e extremamente violenta. Quando cidadãos são assassinados sem motivo pelos Montoya, e são revelados os terríveis planos da família de malfeitores para o filho de Elvira e Rafael, é impossível não ler até o final, num só fôlego!
Esta aventura foi lançada na Itália nas edições 488 e 489, em junho e julho de 2001. Portanto, a série normal brasileira diminui a diferença em dois números.
A capa principal escolhida para esta revista corresponde à da segunda parte da história. A da primeira foi acertadamente colocada no final do volume.
A se lamentar, somente a acanhada matéria sobre a curta, porém brilhante carreira de Aldo Capitanio, que destoa das demais reportagens publicadas nas outras edições do Almanaque pela sua brevidade e pouca abrangência, e por estar localizada no meio da revista, e não no início. O mestre certamente merecia mais atenção.
Desta feita, também não foram publicados os costumeiros artigos sobre faroeste.
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