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ALVO HUMANO

1 dezembro 2006


Título: ALVO HUMANO (Opera
Graphica
) - Edição especial
Autores: Peter Milligan (texto) e Edvin Biukovic (texto e arte).

Preço: R$ 49,00

Número de páginas: 112

Data de lançamento: Setembro de 2006

Sinopse: Christopher Chance é um mestre dos disfarces. Após um caso de rotina, no qual personificou um reverendo afro-americano, sua vida vira de pernas pro ar. Outro homem aparece garantindo ser o verdadeiro Christopher Chance e querendo seu lugar de volta!

Pra piorar, o tal reverendo comete suicídio e uma assassina está no encalço de Chance, querendo sua pele. Literalmente, ele agora é um Alvo Humano e terá que resolver um sério problema de múltiplas personalidades.

Positivo/Negativo: Em 1999, a DC tirou do limbo o Alvo Humano com esta minissérie, publicada aqui num só volume. O personagem foi criado por Len Wein e Carmine Infantino em 1972, como coadjuvante na revista Action Comics e, exceto por aparições esporádicas em um ou outro título, ficou sumido por muitos anos.

Nesse retorno, Peter Milligan o tornou mais frio, cínico e violento. O roteirista dá um "nó" no leitor ao fim do primeiro capítulo, quando mostra dois Christopher Chance. Páginas depois, ele explica que Tom McFadden, o assistente do Alvo Humano, acabou "incorporando" a identidade de seu chefe.

E aí começa a piração. Milligan trabalha bem a perda de identidade McFadden, mostrando-o como alguém sem rumo, que precisa ser outra pessoa para se achar. E essa pessoa não precisa ser necessariamente Christopher Chance.

Quando reassume o papel do reverendo que se mata, McFadden diz que deve concluir sua missão. E esquece da vida. Inclusive da sua esposa e de seu filho. O trecho em que ele, na "pele" do reverendo, propõe à sua própria mulher fazer sexo com "outro homem" e fala de si mesmo na terceira pessoa retrata bem isso.

Em meio a essa trama psicológica, rola outra que é pura adrenalina, com perseguições, tiros, mortes e sexo - Becky, a esposa de Tom, sacia seus desejos com Chance... disfarçado como seu marido. Devido ao volume de informações, a leitura tem que ser atenta, para não perder nenhum detalhe.

Os desenhos do croata Biukovic são excelentes, ditando o ritmo da narrativa com precisão e dando "movimento" a cada cena. Além disso, seu trabalho com as expressões faciais é digno de nota. O artista, que ganhou o prêmio Russ Maning de melhor artista iniciante de 1995, faleceu em 1999, em decorrência de um tumor no cérebro.

O álbum tem um acabamento gráfico ótimo e reproduz no miolo as belas capas de Tim Bradstreet. Além disso, tem uma grande sacada editorial: textos entre os capítulos abordam temas ligados à trama, como religião, disfarces, múltipla personalidade, violência, narrativa gráfica a até falsidade ideológica. Os artigos são assinados por profissionais como Franco de Rosa, Rodrigo Salem, Gonçalo Junior, Roberto Guedes, René Ferri, Fábio Vieira de Melo (advogado criminalista) e outros.

No entanto, se por esse lado o editor Roberto Guedes acertou, por outro cometeu equívocos infelizmente recorrentes nos álbuns da Opera: os erros de português / digitação. Além disso, na capa o nome de Edvin Biukovic saiu errado (Edwin) e na matéria sobre a origem do Alvo Humano, o argentino Eduardo Risso virou Rizzo. É o tipo de descuido que não pode acontecer num álbum tão luxuoso e, por conseqüência, caro.

 

Classificação:

4,0

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